Entenda o que está por trás do enorme poder da ATP sobre os prefeitos de Porto Alegre

A ATP manda no transporte público de Porto Alegre. E não é de hoje. 



Nem mesmo o primeiro prefeito petista de Porto Alegre, Olívio Dutra, que promoveu uma estabanada intervenção no sistema de transporte coletivo no dia 11 de fevereiro de 1989, resultou em novas licitações para a exploração dos serviços de ônibus.

. A intervenção do prefeito do PT custou R$ 24 milhões aos bolsos dos contribuintes, metade num plus tarifário, inclusive uma empresa inteira com 48 ônibus, a Restinga. O acordo que contemplou a indenização às empresas de ônibus foi assinado pelo sucessor de Olívio, Raul Pont, foi assinado na 4ª. Vara da Fazenda Pública. O editor possui cópia do acordo, sempre negado pelo PT.

. A ATP já tinha botado no bolso os prefeitos anteriores e fez o mesmo com os quatro prefeitos seguintes do PT. 

. Com o advento dos governos do PT, pelo menos as tarifas deixaram de passar pela Câmara de Vereadores.

. Cada pedido de aumento virava geleia geral na Câmara. O evento era saudado com hurras. 

. O fato é que a atual guerra pelas tarifas de ônibus é apenas uma parte do problema, porque a ATP continua dando as cartas e jogando de mão com os prefeitos de Porto Alegre.

. A questão do transporte público ainda é uma caixa preta da prefeitura e das concessionárias de ônibus. Contratos entre as partes não existem.

. O prefeito atual, José Fortunati, PDT, tem prometido abrir licitações, mas o processo não anda. Com o BRT, isto seria mais do que necessário. 

. Não é problema apenas de José Fortunati, porque prefeito algum jamais fez licitação.

. As empresas trabalham sob a forma de concessões e a regulamentação obedece apenas a leis específicas sobre o assunto. Não existe controle ou fiscalização, muito menos direitos e obrigações. 

. A ATP continua mandando sozinha no setor. São 14 empresas, reunidas em três consórcios: STS, Conorte e Unibus. 

. O Tribunal de Contas do Estado resolveu abrir investigações e pelo menos o Ministério Público de Contas junto ao TCE demonstrou publicamente que ficou horrorizado com a permissividade existente na área. 

3 comentários:

Leudo Costa disse...

CARO JORNALISTA POLÍBIO BRAGA...
O problema é bem maior que parece! Todo o problema está concentrado na Carris.
As passagens são caras porque elas tem de remunerar todo o serviço estatal da Carris.
A folha de pagamento da Carris é gigantesca e isso desequilibra tudo.
Uma nova licitação, fatalmente alcançaria a Carris e isso abateria vários aliados lá empregados..

Anônimo disse...

Neste país politico não tem coragem de bater de frente com empresario algum, pois em época de eleição eles vão de pires na mão pedir apoio financeiro e quem paga somos nós.


Eduardo Menezes

Anônimo disse...

O Leudo Costa falou uma imensa verdade! Se o transporte fosse todo feito pela Carris, teríamos, já há muito tempo, valores superiores aos R$ 3,05 que foi objeto das primeiras manifestações.
Só para traçar um único termo de comparação, as empresas privadas tem a média de 5 funcionários por veículo, enquanto a Carris tem 8.
Se fosse apenas esta a diferença, já justificaria um valor maior de tarifa, mas os custos de manutenção são muito superiores na Carris do que em qualquer empresa privada.
No item "pneus", as particulares adquirem o item por valores até 30% inferiores ao da Carris. Detalhe, isto se chama "gerenciamento"!
E por aí vai...
Quem pede licitação esta correto em faze-lo, só temos que ver que tipo de licitação será feita.
Recife fez recentemente uma! Colocaram tantas exigências que não apareceu nenhum interessado.
Como operar um serviço destes sem a remuneração adequada?
Todos querem pagar menos tarifa, só que o sistema tem um determinado custo, e de algum lugar deve vir a cobertura.
Fico irritado com a alegação de que "a população esta pagando uma tarifa muito cara!".
Ora, se temos quase 35% de isenções (que não pagam ou pagam valor inferior ao preço). Sobram 65%, que de alguma forma pagam o valor inteiro, só que destes, 70% são vales transporte (pagos na realidade pelas empresas empregadoras em geral). Fazendo as "continhas", chegamos que, em realidade, somente 20% dos passageiro é que realmente PAGAM a passagem.
Querem reduzir o valor da passagem, melhorem a velocidade comercial dos veículos. Reduzam as isenções (estão querendo fazer justamente o contrário, concedendo passe livre para estudantes), restrinjam o acesso dos carros particulares ao centro, integrem o transporte metropolitano ao urbano e retirem a necessidade de tantos ônibus irem até a área central, utilizem mais linhas radiais e transversais, e a melhoria do serviço será enorme.
Só que para fazer isto, tem que "quebrar algum ovos", incomodando quem vai de carro ao centro, interferindo no monopólio da Carris nas linhas transversais e radiais e outros pontinhos mais...

abs

Flavio

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