A lúcida estratégia de Aécio
Autor(es): Por Alberto Carlos Almeida | De São Paulo
Valor Econômico - 09/03/2012
Aécio é o que qualquer pessoa imagina ser um político típico. A socialização primária de Fernando Henrique foi mais intelectual do que política, a de Lula foi uma socialização básica de líder de movimentos sociais, em particular do movimento sindical, Dilma foi socializada como tecnocrata. Aécio, por sua vez, foi inteiramente socializado dentro da arte de fazer política, aliás, fazer política em Minas Gerais. As diferenças entre esses grandes personagens de nossa história política recente são responsáveis pelo espanto com que alguns setores formadores de opinião estão encarando o desempenho de Aécio na oposição. Esses setores estão desacostumados a ver um político típico em atuação.
A forma como cada um de nós é socializado explica uma importante parte de nossas visões de mundo e comportamento. Aprendi com meus pais nordestinos a gostar do Carnaval, de festa junina, de praia, da cozinha tipicamente nordestina e também de comer frutos do mar. Criado no Rio de Janeiro, tive a chance de aprender a ver o Brasil como uma ex-capital, isto é, a ver o Brasil como um tudo, a compreender e considerar legítimo o interesse de todas as regiões do Brasil. Tão importante quanto isso, escolhi o Fluminense como time e aprendi a gostar de samba, esse gênero musical que, por meio de letras e melodias, tão bem retrata os dramas de nossa sociedade.
Casado que sou com uma catarinense oriunda do Vale do Itajaí, aprendi a reconhecer na prática o que tinha visto ao menos em parte nos livros de Max Weber: a ética do trabalho. Tendo me transferido para São Paulo, fui socializado, muito mais do que no Rio de Janeiro, a considerar a opinião do cliente a coisa mais importante que existe. Convivendo com funcionários de minha empresa, oriundos de cidades como Ribeirão Preto, Bebedouro e Flórida Paulista, aprendi a reconhecer de longe o espírito empreendedor e o desejo de melhorar de vida.
Aécio é filho de político por parte de pai e é neto de nada mais nada menos do que Tancredo Neves por parte de mãe. Seu avô paterno chamava-se Tristão Ferreira da Cunha. Tristão foi político, advogado e professor, exerceu o cargo de secretário da Agricultura, Indústria e Comércio quando Juscelino Kubitschek foi governador de Minas Gerais, entre 1951 e 1955. Aécio Cunha, filho de Tristão e pai de Aécio Neves, foi deputado estadual entre 1955 e 1963 e deputado federal entre 1963 e 1987. Tancredo, no MDB, era adversário de Aécio Cunha, da Arena, mas os dois dividiram por 18 anos um apartamento em Brasília.
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Autor(es): Por Alberto Carlos Almeida | De São Paulo
Valor Econômico - 09/03/2012
Aécio é o que qualquer pessoa imagina ser um político típico. A socialização primária de Fernando Henrique foi mais intelectual do que política, a de Lula foi uma socialização básica de líder de movimentos sociais, em particular do movimento sindical, Dilma foi socializada como tecnocrata. Aécio, por sua vez, foi inteiramente socializado dentro da arte de fazer política, aliás, fazer política em Minas Gerais. As diferenças entre esses grandes personagens de nossa história política recente são responsáveis pelo espanto com que alguns setores formadores de opinião estão encarando o desempenho de Aécio na oposição. Esses setores estão desacostumados a ver um político típico em atuação.
A forma como cada um de nós é socializado explica uma importante parte de nossas visões de mundo e comportamento. Aprendi com meus pais nordestinos a gostar do Carnaval, de festa junina, de praia, da cozinha tipicamente nordestina e também de comer frutos do mar. Criado no Rio de Janeiro, tive a chance de aprender a ver o Brasil como uma ex-capital, isto é, a ver o Brasil como um tudo, a compreender e considerar legítimo o interesse de todas as regiões do Brasil. Tão importante quanto isso, escolhi o Fluminense como time e aprendi a gostar de samba, esse gênero musical que, por meio de letras e melodias, tão bem retrata os dramas de nossa sociedade.
Casado que sou com uma catarinense oriunda do Vale do Itajaí, aprendi a reconhecer na prática o que tinha visto ao menos em parte nos livros de Max Weber: a ética do trabalho. Tendo me transferido para São Paulo, fui socializado, muito mais do que no Rio de Janeiro, a considerar a opinião do cliente a coisa mais importante que existe. Convivendo com funcionários de minha empresa, oriundos de cidades como Ribeirão Preto, Bebedouro e Flórida Paulista, aprendi a reconhecer de longe o espírito empreendedor e o desejo de melhorar de vida.
Aécio é filho de político por parte de pai e é neto de nada mais nada menos do que Tancredo Neves por parte de mãe. Seu avô paterno chamava-se Tristão Ferreira da Cunha. Tristão foi político, advogado e professor, exerceu o cargo de secretário da Agricultura, Indústria e Comércio quando Juscelino Kubitschek foi governador de Minas Gerais, entre 1951 e 1955. Aécio Cunha, filho de Tristão e pai de Aécio Neves, foi deputado estadual entre 1955 e 1963 e deputado federal entre 1963 e 1987. Tancredo, no MDB, era adversário de Aécio Cunha, da Arena, mas os dois dividiram por 18 anos um apartamento em Brasília.
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4 comentários:
Como esse jornalista Alberto Carlos Almeida pode descrever a igualdade de essência socialista desses políticos e ainda falar em oposição? Ele descreve a imagem de cada político e em seguida, com tons de quem viu a Vênus de Milo, descreve beleza do "socialismo empreendedor". Isso é contradição ou fingimento?
Sr Polibio Braga:
Desculpa-me sr Alberto Carlos Almeida,nunca em hipótese nenhuma votarei em TRAÍRA.TRAÍRA É TRAÍRA.
Simples assim,"oposição moderada" é como meia gravidez,o sr perdeu uma grande oportunidade de ficar quieto e não mostrar o quanto o seu senso político é limitado.
O consenso atribuído ao avó,pode ser interpretado como conchavos de cúpula e o povo ora o povo.
O sr tem todo o direito de apoiar o TRAÍRA,AGORA NÃO TEM O DIREITO DE DESTORCER FATOS,"OPOSIÇÃO MODERADA"
para uma atitude de capacho.
Aliando-se com o pt em Minas e não dar espaço para outras lideranças realmente de oposição é coisa de POLÍTICO TRAÍRA,CAPACHO.
Sr lave a boca quando fala da elite dos Jardins e Itaim,pois é o único lugar e a unica elite que admite um operário nordestino chegar a presidência da república,em Minas o TRAÍRA E FAMILIARES NÃO DA ESPAÇO PARA ISSO.
O sr tem alguma coisa contra os filhos de quitandeira?
O sr é o retrato do ensino brasileiro,medíocre, sem profundidade, sem extensão,o sr está desconsiderando os milhões de nordestinos que fizeram a vida em São Paulo,que tem filhos PAULISTAS e tem oportunidades na vida como qualquer um e não por ser neto ou bisneto de uma família de políticos ou conchaveiros,que sociólogo o sr é?
Sr Polibio Braga desculpa-me,mas não posso ficar quieto em um momento difícil que o Brasil está passando,pois o líder maior ou o lobo alfa está fora de combate e já estão discutindo a divisão do botim,não sou serrista ou psdebista mas oposição a toda CORRUPÇÃO E INVERSÃO DE VALORES QUE AI ESTÁ.
UM MUNDO MELHOR É POSSÍVEL
FORA PT
Saudações
Ps Adivinhem onde mora a senadora martaxa,a rainha do pt nos jardins.
Políbio,
É o candidato nato da Oligarquia Transnacional!
Abraços
Para ele, realmente, a opinião do cliente é o mais importante, tanto que é consultor do Aécio.
Mas o que ele pensa de fato do Aécio tá youtube. E não é nada honroso.
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