Desde 97, Senado movimentava contas secretas de R$ 160 milhões

O jornal O Sul deste domingo denunciou em manchete que Sarney não está sozinho na condução de amplos processos de ilegalidade, corrupção e nepotismo em desenvolvimento no Senado, porque desde 1997, por decisão da própria Mesa Diretora, a Câmara Alta movimenta tres contas secretas que nesta data acumulam depósitos de R$ 160milhões.

. As contas secretas, como informa o nome, não eram de conhecimento público e nem constavam da contabilidade oficial. É dinheiro dos próprios funcionários do Senado, descontado dos salários para custear seus planos de saúde. Como se sabe, dinheiro de salário de servidor público vem do contribuinte, mesmo os que não possuem planos de saúde.

. Sarney e a Mesa Diretora, nesta segunda-feira, tentarão jogar toda a culpa no ex-diretor Geral, Agaciel Maia, mas se sabe que Maia só agia por ordens da Mesa. Os crimes de improbidade e prevaricação são coletivos, mas pouca gente acha que o Senado será capaz de punir Sarney os outros senadores que antes dele fizeram a mesma coisa que ele.

.Sarney, de qualquer forma, sozinho, é um escândalo intolerável. Apenas a casa de R$ 4 milhões, não declarada nas suas contas à Justiça Eleitoral, é motivo bastante para mandá-lo para casa, sem contar os apaniguados e familiares que nomeou para polpudos cargos em comissão ao longo dos anos.

. Sarney já um pato manco. Como não soube sair na hora certa, chegou a hora de mandá-lo embora. A ministra Dilma Roussef avisa que não "se pode demonizar Sarney". Pode, sim. Aliás, o RS já fez isto há 20 anos, quando o deputado Cesar Shirmer fez aprovar na Assembléia uma proposta tornando Sarney persona non grata no Estado. É por isto que o ex-presidente não vem ao RS.