Aod e Abreu: saiba como (e por quê) o governo perde a sua alma

A saída do secretário da Fazenda, Aod Cunha, e a quase certa saída da secretária da Educação, Marisa Abreu, vão roubar boa parte da alma do atual governo da tucana Yeda Crusius, do RS.

. Aod foi uma surpresa enorme para os políticos, empreendedores e jornalistas, inclusive o editor, porque não apenas demonstrou competência extraordinária na condução da gestão financeira estadual, como fez o que fez com inesperada habilidade política. Sai no auge da fama. É certo que voltará algum dia de outra forma, porque é um quadro muito jovem. Afinal de contas, José Serra vem aí.

. O caso de Marisa Abreu não contém os elementos que tornaram exitosa a gestão e o desempenho pessoal de Aod. Por que, então, situá-los na mesma análise e de forma semelhante ? É que a secretária Marisa Abreu é igualmente um quadro extraordinariamente competente, mas toda a sua habilidade política não foi capaz de driblar as resistências corporativas, patrimonialistas, demagógicas e populistas existentes na área que deveria alterar, a da educação pública estadual. O que houve ? É que à resistência feroz e até ofensiva de boa parte dos professores alojados sob a liderança chapa branca, apelegada, do Cpergs, somou-se a covardia moral, ética e política da maioria dos deputados estaduais, inclusive da base governista, incapazes de apoiar as mudanças. O caso emblemático foi a anistia à decisão do governo de cortar o ponto dos professores que fizeram uma greve totalmente fracassada. Foi a mais patética e antipatriótica decisão da Assembléia do RS em mais de 20 anos.


. No caso de Abreu, ao contrário do caso de Aod, o governo sai derrotado – e num ponto (a gestão) inegociável.

- O melhor de tudo no caso de Aod Cunha foi seu total êxito na rápida obtenção do equilíbrio fiscal, mesmos sem o ativo apoio da sociedade gaúcha. Esta meta foi perseguida com total incompetência pelos últimos seis governos, exceção do governo Britto. Já o pior de tudo, no caso de Marisa Abreu, é a passividade e covardia da sociedade gaúcha, incapaz de compreender que somente a qualidade, a produção e a produtividade dos agentes públicos da área educacional, portanto do desempenho e bom resultado, poderão garantir o sucesso do Rio Grande do Sul.
Isto faz com que mais professores estejam aposentados, ganhando mais, enquanto que menos professores, ganhando menos, estejam na ativa, apenas para ficar no caso menos escandaloso da ineficiência e ineficácia da educação pública do Estado, sem contar os fiascos dos alunos da rede nos casos de avaliações nacionais, sobretudo matemática e português.

Um comentário:

Anônimo disse...

É lamentável que dona Yeda tenha se confundido tanto que acabou descaracterizando o governo, coisa que resultou na perda do bico tucano para ganhar um focinho das raposas pepistas e peemedebistas... Muito ruim, isso. Sinto-me lubridiado, pois comprei tucano e recebi uma raposa sarnenta... Vou me queixar ao Procon!

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