O juiz da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, negou nesta terça-feira (12) ter feito ou autorizado grampo telefônico e escuta no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. "Eu, em nenhuma hipótese, cogitei ou admitirei monitorar qualquer pessoa com prerrogativa de foro, leia-se desembargador de tribunal e ministro do STF. Eu nunca fiz isso e nunca farei. Essa é a verdade, acreditem ou não", afirmou ele, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos, na Câmara.
. Segundo De Sanctis, "qualquer estudante do segundo ano da faculdade de Direito sabe os limites de um juiz". Em depoimento à CPI, o juiz negou que o Judiciário tenha "por hábito" autorizar escutas telefônicas. "O Judiciário não endossa decisões da polícia, muito menos do Ministério Público (MP). O Judiciário está lá para, se for o caso, concordar (com a escuta), mas se for o caso de discordar, discordar", afirmou. Segundo ele, dos 842 inquéritos em andamento na 6ª Vara Criminal Federal, apenas 21 estão contemplados com interceptação telefônica.
. Para o magistrado, é "difícil" o estabelecimento de uma norma que se encaixe em todos os casos. Ele afirmou que o combate ao crime organizado exige paciência. De Sanctis negou ainda que exista perseguição a pessoas que são interceptadas por tempo considerado longo. "Não há perseguição. Perseguição é bandido quem faz. Não é trabalho de policial."
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