Veto de Vellinho a Muller demonstras que Tigre perdeu o controle na sucessão na Fiergs

Só as conhecidas inabilidade pessoal e insensibilidade política do sr. Paulo Tigre, mais sua posição submissa ao governo federal (ele é cotadíssimo a um cargo no governo Dilma) explicam o rumo que tomou a campanha sucessória na Fiergs, o que a carta a seguir expõe com duríssima clareza. O veto do sr. Paulo Vellinho à candidatura do industrial Heitor Muller é inédita. O sr. Vellinho, ex-presidente da Fiergs, do alto dos seus 83 anos, em momento algum critica Tigre, mas ele é o sujeito oculto da mensagem. Vale a pena ler. A Fiergs não vale apenas pelo seu orçamento de R$ 700 milhões, mas vale mais pela importância classista e política que representa no Brasil.

Leia a carta que circula em público restrito (o editor conseguiu uma cópia)

Porto Alegre, 25 de novembro de 2010.

Senhores Presidentes:
Recebi uma cópia da carta do auto candidato Heitor Muller à presidência da FIERGS/CIERGS dirigida ao companheiro na qual relata sua caminhada ao longo de seus mais de 70 anos.
Um dos argumentos utilizados pelo referido senhor para se auto proclamar candidato a Presidência da Fiergs, com apoio do Presidente Paulo Tigre (?) foram na verdade dois:
1) O exemplo do Presidente da Fecomercio Zildo de Marchi que aos 83 anos assumiu a tarefa de conduzir aquela pujante entidade, cujo fator determinante para a aceitação da missão foi de evitar uma eventual dissensão no processo sucessório, preocupação que também tenho com relação à FIERGS/CIERGS.
Além disso, Zildo de Marchi é um industrial que ao abraçar o Setor Leite, não se contentou em ser apenas empacotador de uma commodity, mas sim preocupar-se em agregar processo industrial ao leite, produzindo uma árvore de produtos dele oriundos de tal forma consistente que ao longo do tempo impôs-se no mercado pela tecnologia e pela qualidade, o que tornou a Lacesa alvo de cobiça internacional.
E quando imaginava-se que Zildo de Marchi iria vestir o pijama, ele iniciou uma nova empresa que hoje é um exemplo de sucesso, a Uniagro.
2) O segundo argumento do Sr. Muller para justificar sua auto postulação foi o clamor argüido por ele e oriundo de suas bases eleitorais, no caso os senhores presidentes dos Sindicatos que integram a FIERGS. Aliás eu já conhecia este argumento, pois vivi uma experiência semelhante, que primou pela deslealdade. O Sr. Müller deve lembrar bem do que estou falando e explica também porque não confio na sua palavra.
Senhores Presidentes:
Um dos argumentos constantes na adjetivada carta do senhor Müller para se propor a aceitar novos desafios parece-me um pouco tardio, pois segundo ele “mais de 40 anos de empreendedor, minha atuação em entidades de classe setoriais Estaduais e Nacionais” eu não me recordo de nenhum fato notável do referido senhor na passagem pela UBA, ASGAV e SIPARGS que significasse transformar à agroindústria avícola em uma indústria verticalizada semelhante àquela criada pelo Sr. Zildo de Marchi. Até hoje os ricos resíduos resultantes do abate de frangos e da própria ovicultura continuam a sedescartados, enquanto empresas como a Faros ao receber tais descartes, hoje os industrializam com excelentes resultados econômicos; o frango e o ovo continuam a ser simplesmente commodities.
Industrialização é sinônimo de empreendedorismo. A Presidência da FIERGS exige espírito empreendedor.
Senhores Presidentes:
Presidir a FIERGS/CIERGS buscando visibilidade e representatividade jamais pode se constituir no objetivo de um candidato e certamente não o é do senhor Heitor Müller, mas sim uma decorrência natural do cargo. No entanto presidir a FIERGS /CIERGS com eficiência e eficácia exige do Presidente comprovada liderança (para dirigir caciques e não índios) a ser exercida de uma forma democrática, com humildade, firmeza e muita habilidade política.
Do Presidente exige-se tempo, dedicação quase integral, mente aberta para manter-se sempre atualizado, no estado da arte, renúncia aos projetos pessoais de aposentadoria com tempo para o lazer, freqüentes viagens pelo Brasil e pelo mundo, e finalmente saber separar atividades substantivas mais importantes indelegáveis sem desprezar as demais e as adjetivas também importantes que devem ser delegadas aos vices presidentes e diretores.
Senhores Presidentes:
Aos 83 anos e com serviços prestados não só ao Estado como ao Brasil, que não preciso detalhar, pois os senhores conhecem a minha história, faço-lhes um apelo: não permitam que as individualidades se sobreponham ao maior patrimônio da FIERGS/CIERGS: A UNIDADE. Exijam como é do seu direito e dever uma candidatura de consenso, que sempre conseguimos no passado, mantendo-se assim as entidades sem fraturas que sempre são uma conseqüência de um processo de sucessão com mais de um candidato, que no caso presente além do Sr. Müller, temos notáveis empresários como Astor Schmitt da Randon, Gilberto Petry da Weco, Humberto Busnello da Toniolo Busnello e o Engenheiro Ricardo Felizzola da Altus. Agradeço-lhes não só a atenção em ler o presente, como também pela forma carinhosa que me dispensam quando os encontro.
Um grande abraço.
Paulo Vellinho.

3 comentários:

Anônimo disse...

Polibio, o Tigre ta manso, o Vellinho como o nome ja diz ta "vellinho"...o Astor ta precupado com os interesses da Random..ta feia a coisa..CEl. Nascimento também para FIERGS.

Anônimo disse...

Polibio, o Tigre ta manso, o Vellinho como o nome ja diz ta "vellinho"...o Astor ta precupado com os interesses da Random..ta feia a coisa..CEl. Nascimento também para FIERGS.

Arno Edgar Kaplan disse...

Hummm, penas voando...

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