Ontem, triste de dar dó, olhando sem ver, notei seu galho seco, e comecei a sonhar.
Abri a janela, e o vento, velho rabugento, espalhou folhas pelo chão.
Reparei no vaso, pelo acaso, a vida teimosa. Na terra dura, rachada, o broto e o texto nascendo:
"E Deus fez as flores, ainda sem nomes, no terceiro dia da criação."
– Essa é uma begônia. Valente. Tadinha, seca de dar pena. Parece a gente.
Constrangido, reguei a plantinha. Pouco depois, fui embora. Fui pra casa, fui deitar.
Hoje, alegre de só ver, trouxe um pequeno regador. A vida, na janela, tem o rosa da minha flor.
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Um comentário:
Que linda essa crônica Políbio. Precisamos regar as flores todos os dias. Algumas, dependem de nós.
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