Há cerca de dois séculos, um médico (Philippe Pinel)
rompeu as correntes que amarravam os "loucos", mostrando que não eram
criminosos, mas doentes. Mas só nas últimas décadas a medicina alcançou avanços
científicos capazes de, através de medicamentos, interromper o curso natural
das doenças que, quase sempre, evoluíam para a cronificação e o retardamento
mental.
Esses novos medicamentos reduziram a internação
psiquiátrica a apenas duas situações: risco para a própria vida (suicídio) ou
para a de outrem (homicídio). Aqueles que hoje adoecem dificilmente precisam
ser internados e, quando o são, é por curtíssimo tempo (tanto que o SUS só paga
21 dias).
Fazer um movimento para tirar os "loucos" dos
hospitais é hoje como fazer um movimento contra a poluição da maria-fumaça. A
evolução extinguiu o trem a carvão, não é preciso fazer lei para impedir sua
construção.
Ficaram, no entanto, os sequelados, aqueles que tiveram a
doença mental antes que se desenvolvessem drogas para curá-los (ou, ao menos,
mantê-los sob controle ambulatorial, como um diabético). Esses são os chamados
"crônicos ou asilares". Pessoas que não representam risco, mas não
são capazes de cuidar de si mesmas.
O dito Movimento Antimanicomial deu aos asilares o
"direito cidadão" de serem expulsos de suas camas (quantos pularam de
volta, para dentro, os muros do São Pedro) e transformados em moradores de rua,
"finalmente livres"!
O número de enfermos realmente diminuiu. Sem noção do que
faziam, muitos foram atropelados. Outros, sem agasalho ou comida, morreram de
pneumonia ou tuberculose. E entraram para as estatísticas como acidentes ou
mortes por causa natural, não como assassinatos.
O preconceito contra o doente mental permanece. É
permitido construir hospitais especializados em cardiologia ou em pneumologia,
mas não em psiquiatria. A velha e discriminatória Lei Antimanicomial ainda não
foi abolida. A recente Parada do Orgulho Louco mostra como ainda nos falta
olhar com afeto e respeito a esses indivíduos e parar de tirar proveito
(inclusive eleitoral) de suas enfermidades.
* Paulo Argollo Mendes é presidente do Sindicato Médico do RS.
6 comentários:
esse carinha sa classe conhece bem direitinho............
Loucos somos nós, que continuamos assinantes de Zero Hora, mesmo que a cada domingo sejamos brindados com entrevistas de 03 páginas de celebridades, invariavelmente simpatizantes dos desgovernos petistas. Neste último domingo foi Paul Singer, semanas atrás general Villas Más, sem contar a coluna de Flávio Tavares, que a cada domingo cai de qualidade. Eu não ia ler, mas depois mudei de idéia - temos que exercitar o contraditório daquilo que pensamos e afinal de contas só o conhecia de postagens de fatos isolados. Achei então que seria uma oportunidade de conhecer melhor este "famoso" economista. Qual não foi a minha decepção: esse sujeito é uma verdadeira nulidade, desafia a lógica dos fatos e da realidade, parece viver em outro planeta e não se rende em momento algum à realidade presente. Sinceramente não o imaginava tão fraco assim. Por aí se vê, que não é a toa que chegamos aonde estamos com esses ideólogos do PT. Estou pensando em cancelar definitivamente minha assinatura.
Não entendi a posição do Doutor...
O PSB começa a aumentar mesmo que rabo de cavalo.
Perfeito, o artigo do Dr. Argolo. Com a eliminação de instituições para abrigar os doentes mentais que não podem conviver com suas famílias sob pena de cometerem suicídio ou homicídios, só lhes resta o olho da rua, onde são vítimas fáceis de qualquer delinquente, isso quando não morrem de fome, de tuberculose ou acidentes de trânsito. Loucos são os que dão palpites sobre assuntos médicos sem o mínimo conhecimento acadêmico. Precisamos levar em conta o conhecimento médico sobre este assunto importantíssimo e não receitar ações apenas politicamente corretas. Essa baboseira de orgulho louco é de uma cretinice imensurável, como se uma pessoa doente pudesse se orgulhar de seus graves problemas mentais.
Por falar em trem, pelo menos desde 2007 estou esperando 2 promessas da dona Dilma.
Terceiro Aeroporto de São Paulo que a dona prometeu em 2007 logo depois do acidente da TAM, acidente na qual o amigo dela com codinome BARBA, foi um dos responsáveis por omissão. E a outra promessa é o TREM BALA ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, que prometeram para a Copa de 2014. A Copa já passou e as obras de VLT e Trem Bala de várias cidades não foram concluídas.
Resumindo. Muita propaganda para os bolsos de Duda Mendonça e João Santana da vida. Além das emissoras de TV.
E para o povo, enfim. Para o povo é paciência e pagar a conta.
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