Ao lado, gráficos e ilustrações da Folha de S. Paulo.
Oito anos depois de o ex-presidente Lula anunciar com
estardalhaço e as mãos sujas de óleo a autossuficiência do Brasil em petróleo,
a Petrobras hoje enfrenta uma de suas piores crises, com o nome envolvido em
escândalos e seu valor despencando rumo ao fundo do poço.
O valor de mercado da estatal está hoje em R$ 179
bilhões, menos da metade dos R$ 380 bilhões de 2010, quando o preço do petróleo
explodiu e a empresa ainda festejava a descoberta do pré-sal.
Para profissionais que acompanham a companhia de perto, a
Petrobras vem perdendo valor por causa do mal-estar com o uso político da
empresa, que se tornou ostensivo nos últimos anos e afastou os investidores.
O governo obriga a estatal a vender combustíveis a preços
defasados para segurar a inflação e a comprar equipamentos de fornecedores
locais mais caros que no exterior. A Petrobras é usada também na barganha
política, por meio do loteamento de cargos entre os partidos da base aliada do
governo.
“O governo loteia os cargos, os gestores ficam
subordinados a interesses dos políticos e tomam decisões que não deveriam e não
tomam as que deveriam. É trágico”, diz Ildo Sauer, diretor do Instituto de
Energia e Ambiente da USP, ex-diretor da Petrobras no governo Lula.
A autossuficiência do país em petróleo durou pouco porque
a Petrobras não acompanhou o aumento da demanda por combustíveis. Na melhor das
hipóteses, sua produção neste ano vai atingir o mesmo patamar do início do
governo Dilma.
Para compensar, a Petrobras é forçada a importar gasolina
e diesel num volume que aumentou 470% nos últimos três anos. “Como vende aqui
mais barato do que compra lá fora, a Petrobras é uma das poucas petroleiras do
mundo que perde dinheiro quando o preço do petróleo sobe”, diz Adriano Pires,
diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Com caixa apertado e uma dívida que cresceu quase três
vezes desde 2010, a estatal agora corre o risco de perder o grau de
investimento, um selo dado pelas agências de risco aos bons pagadores.
Uma das saídas para esse quadro é produzir e refinar mais
petróleo. Mas seus projetos, muitas vezes decididos por critérios políticos,
com frequência atrasam e custam bem mais que o previsto.
As refinarias do Maranhão, do Ceará e do Rio de Janeiro
estão atrasadas em até cinco anos. Já a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco,
é um monumento ao uso político da Petrobras. Para agradar o então presidente da
Venezuela Hugo Chávez, o ex-presidente Lula colocou a estatal de petróleo PDVSA
como sócia do projeto.
A refinaria tinha que começar a operar em 2010, mas até
hoje não ficou pronta. Mesmo assim, o custo saltou de US$ 2,3 bilhão para US$
20 bilhões. A PDVSA nunca colocou um bolívar venezuelano na obra e no ano
passado pulou fora do projeto. Até agora, a refinaria só serviu de palanque
para Lula e Dilma, que estiveram lá várias vezes para inaugurar pedaços do
empreendimento.
5 comentários:
Até quando aguentaremos isso?
Guardei a manifestação abaixo, expressada por alguém anônimo, aqui mesmo neste site. Na ocasião avaliei que valia a pena guardar para ver o que o futuro mostraria. O que está abaixo é de 2011:
Anônimo disse...
Os tradicionais estaleiros NÃO tiveram nenhuma chance com o governo do PT. Só a máfica das construtoras que sempre estiveram no poder para corromper o sistema. Desafio o editor a se cadastrar na PETROBRAS, basta entrar no site da estatal. Por favor nos conte depois como foi sua experiência com a estatal. Vou antecipar, NÃO HÁ COMO SE CADASTRAR o sistema está programado para entrar em colapso ou em looping. Querem saber mais sobre os grandes negócios da empresa? Só entra nesta máfia, quem efetivamente for levado por "alguém" que já está no grupo. Ou seja, tem de ser levado por algum PETISTA corrupto que está lá dentro. As contratações e escolhas das empresas concorrentes a SONDAS, NAVIOS, PLATAFORMAS, já estão TODAS organizadas. Não estou falando de licitações passadas, estou falando claramente das licitações FUTURAS! Embarcações menores, navios de apoio, etc; também já estão todos "contratados". Aliás, tem um estaleiro de Itajaí, cujo dono é um americano, que nunca tinha ouvido falar em barcos e milagrosamente, conseguiu em tempo recorde, terreno, dinheiro do BNDES para construir o estaleiro 100% aliás, conseguiu a encomenda de 18 rebocadores, todos iguais, também financiados pelo BNDES e pasmem, um contrato de 18 anos com a Transpetro. O detalhe, a Transpetro começou a pagar o arrendamento dos tais rebocadores quando ainda sequer tinha estaleiro pronto. Ah, não preciso dizer que a Fatma (FEPAM DE SC) liberou a construção em tempo recorde. O agente do tal americano, só por um mero acaso chama-se José Dirceu.
Como pode ser perceber na manifestação acima, está tudo dominado. Se vivêssemos num país sério, dotado com instituições íntegras e sólidas, haveria um boom na construção de novos presídios para acomodar as avalanches de corruPTos criminosos.
Entre usar a empresa para fins partidários e privatizá-la fico com a ultima opção. De qualquer forma, com a atual administração a empresa vai se ferrar.
Levaram para dentro das empresas estatais pessoas que viviam aboletadas em sindicatos sem nenhuma capacidade técnica,moral e de trabalho.Qual órgão externo que fiscaliza o que acontece nos sindicatos do Brasil?
A Petrobras quase se tornou
Petrobrax,nome esconjurado, e se
o nome for Petralhobras é
sugestivo?
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