Veja conta como foram os dias finais de Henrique Pizzolato antes da fuga para a Itália

Em reportagem para a revista Veja, no seu site deste domingo, Pâmela Oliveira conta que há cerca de 45 dias, Henrique Pizzolato, ex-diretor do BB, o dirigente do PT que fugiu da prisão, pôs em prática o plano que o levaria para o outro lado do oceano. Eis trechos selecionados pelo editor (a reportagem completa está no link):

 O porteiro da noite estranhou o horário da caminhada, às três da madrugada, com duas grandes malas de viagem. Pizzolato não estava sozinho: acompanhavam o ex-diretor do BB o advogado Marthius Lobato e um outro defensor. Lobato disse, neste sábado, que foi surpreendido pela notícia de que seu cliente estava na Itália, e deu por encerrada sua relação profissional com Pizzolato “a partir do trânsito em julgado”.

Supõe-se que Pizzolato tenha viajado do Brasil ao Paraguai, para, da cidade fronteiriça de Pedro Juan Caballero – um entreposto dos traficantes brasileiros – escorregar por vias não oficiais até a Europa, valendo-se de sua dupla cidadania. Como um réu desse quilate no Brasil desaparece para brotar na Europa, passando por um país vizinho? Um dos delegados da PF envolvidos na tentativa de prender Pizzolato formulou a seguinte hipótese, logo depois de tomar conhecimento do paradeiro do condenado: como tem dupla cidadania, ele poderia ter se apresentado em um consulado italiano (certamente no Paraguai) dizendo ter perdido seu passaporte. A partir daí, a representação italiana se encarregaria de fornecer um novo documento para que seu cidadão retornasse ao país de origem.

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O ataque “à mídia” e à Justiça foi a forma que o foragido encontrou de dar sua “banana” para os brasileiros – sua versão do punho em riste dos mensaleiros de mais alta patente, José Dirceu e José Genoino. Imprensa, mas imprensa mesmo, para ele, só a revista “Retrato do Brasil”. Tinha gosto especial por duas edições da publicação, cujos exemplares distribuiu a amigos, vizinhos, porteiros e até ao guardador de carros da Domingos Ferreira – este, sim, um retrato da realidade brasileira, cobrando migalhas para vigiar e afastar os ladrões dos carrões dos moradores de um dos bairros mais ricos do país. A propósito: Pizzolato e a mulher não tinham carros. Nem filhos.O guardador de carros guardou as revistas, como recordação de seu contato mais próximo com o ilustre mensaleiro. “STF Também Erra!”, traz uma das capas distribuídas para a vizinhança da Domingos Ferreira. 

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Para os vizinhos, Andrea Pizzolato era mais calada do que o marido. Ele ainda contava piada e brincava, mas nos últimos meses estava muito abatido. “Entrava e saía do edifício com a cabeça baixa, quieto”, contou um porteiro. Visitas frequentes, só dos advogados. “Ela sempre subia com sacolas. Acho que ele não fazia compras do mês. Ultimamente, ele só saía para caminhar”, contou.

Depois do sumiço de Pizzolato, Andrea se manteve na cobertura. Os dois tinham ainda outro apartamento no bairro – ambos visitados por policiais federais na tarde de sexta-feira, quando começaram a ouvir de representantes do réu que ele se entregaria. O casal sempre teve uma relação de união e cumplicidade. Andrea e Pizzolato se conheceram em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, quando cursavam arquitetura e começaram a namorar. Além dos advogados e de uns poucos amigos, o casal recebia esporadicamente os parentes do Sul – ela é gaúcha e ele, catarinense.


As visitas cessaram de vez há quinze dias. Também na calada da noite, Andrea desceu, certa noite, com três malas. “Ela não se despediu, não disse nada. Apenas pediu ajuda para descer as escadas até a rua e entrou em um táxi. Uma semana depois, começou o boato de que ela teria ido ao encontro do marido”, disse um dos porteiros. A Justiça e a polícia não perceberam nada.

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14 comentários:

Anônimo disse...

Os bens (apartamentos) do diretor ladrão do BB, deveriam ser confiscados para minimizar as perdas por roubos na Visanet.

Anônimo disse...

O Pizzolato é o Cacciola do PT.

Anônimo disse...

Veríssimo em sua coluna hoje no Globo "prevê" que numa "exumação futura" do mensalão injustiças sejam descobertas...tem gente que não se entrega mesmo.

Anônimo disse...

Por que não fugiu para Cuba? Não quis vivenciar as maravilhas da ilha presídio do tirano de fraldão?

Anônimo disse...

O Battisti vai buscar o cara na Italia?

Anônimo disse...

O Battisti vai buscar o cara na Italia?

Campao disse...

A imprensa noticiou amplamente quando o STF determinou que os condenados,logo após a publicação das penas impostas a cada um deles, entregassem ao Tribunal os seus respectivos passaportes( brasileiros,naturalmente). Partindo da suposição desse Delegado da PF,fica uma dúvida: também o documento da segunda nacionalidade foi retido pelo STF?-Como isso me parece difícil de ter ocorrido, não entendi mesmo a razão para ele (dentro da hipótese da autoridade) ter ido a um Consulado italiano e solicitado novo Passaporte. Correria até o risco de ser negado,já que nesses casos sempre é feita uma verificação pois alegar perda de documento de viagem é sempre suspeita(ainda mais aí na America do Sul)e,além de tudo,nos registros dele consta que o lugar de nascimento é o Brasil.
Parece que já começa uma operação para encobrir essa falha grotesca. Se é que ele fugiu mesmo e se isso ocorreu,teria ido para a Itália? Mistério.

Anônimo disse...

O Sanfelice, de Novo Hamburgo, pediu novo passaporte no RJ, alegando perda, nas barbas da PF. O Pizzolato só se deu ao trabalho de ir um pouco mais longe.

A Itália provavelmente não o inocente, não dando o troco ao caso do Cesare Battisti, porque é um país muitíssimo mais sério.

Campao disse...

Outro fato interessante: porteiro de edifício,até em razão de seu trabalho,é a pessoa que sabe da vida de todos os moradores do prédio e até mesmo da vizinhança( lembro sempre do famoso caso Jankiel,ocorrido em Porto Alegre.Foi o depoimento de um porteiro que mudou o rumo das investigações).Pois bem,se essa movimentação toda começou há cerca de 45 dias,então todos os moradores sabiam dessa saida(ou viagem) durante a madrugada.Tratando-se de uma pessoa conhecida e com todos esses "rolos" de condenação, ninguém mais ficou sabendo dessa estratégica retirada? Tá bom. Vou me esforçar para acreditar.

Anônimo disse...

O mais bizarro foi ver um policial federal apertando a mão de um preso, José genuino, ao chegar na prisão.

Anônimo disse...

Querem um lugar mais adequado para um mafioso? Só falta estar agora na Sicília e esperando Dom Vito 9Dedone por lá!

Anônimo disse...

Luís Fernando Verissimo, apri gli occhi a ciò che dicono gli Sinistra non è vero, ma è ben trovado!Sei troppo vecchio per essere così ingenuo.

Anônimo disse...

Pizzolato fugiu, os demais condenados se apresentaram expontaneamente e o Dedo-Duro, Roberto Jefferson? Tá esperando ser buscado, sob vara?

Anônimo disse...

Bem que esta "turma" poderia fazer uma "temporada" no nosso Central aqui de POA. Talvez assim, o "direito dos manos" resolva fazer alguma coisa por aquela "casa".

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