Análise - O dia em que o povo nas ruas tomou nas suas próprias mãos as consignas de mudanças

Os grupelhos organizados nos nanicos comunistas PSOL, PSTU, PCB, PCdoB e seus braços sindicais e ongueiros, até conseguiram desencadear protestos iniciais como os de Porto Alegre e São Paulo, contando com o apoio de setores mais à esquerda do PT, mas o que aconteceu nesta segunda-feira no Brasil foi muito além dos objetivos políticos e ideológicos dessas lideranças. Isto aconteceu apesar da presença de provocadores políticos extremistas, que preferiram ficar com as propostas de dias atrás e buscar o enfrentamento violento. Acontece que milhões de brasileiros que já estavam muito insatisfeitos com os desmandos, a corrupção, a arrogância e a ineficiência dos governos, dos Partidos e dos políticos, sobretudo parlamentares e do governo federal, ultrapassaram as lideranças anteriores que dominaram a cena até domingo. Estas,  agora , vão a reboque da imensa maioria, que trocou as bandeiras e consignas dos nanicos por bandeiras brasileiras e consignas de protesto contra tudo e contra todos.

. O que se viu nas ruas na noite desta segunda-feira, não foram jovens rebeldes a la 1968, tampouco irriquietos grupos do tipo Ocuppy New York, porque as ruas registram neste momento milhares de jovens, homens e mulheres de meia idade, velhos e velhas, crianças, todos bradando contra seus governos, seus representantes e os Partidos atuais, inclusive suas elites desfibradas, submissas, velhacas e comprometidas com o que existe de pior. São brasileiros, sobretudo da classe média baixa para cima, portanto gente que quer mais do que pode desfrutar até agora e gente que clama pelo respeito às leis e à ordem.

. Ainda não são claros os nomes dos novos líderes e nem os objetivos finais dos manifestantes, mas todos sabem contra o que se posicionam neste momento, o que é um avanço extraordinário. O fato é que nesta segunda-feira a noite, o povo nas ruas tomou nas suas próprias mãos as consignas de mudanças. 

. Dilma e sua troupe de aliados oportunistas e aventureiros que se aboletaram no governo, podem e devem temer por seus próprios pescoços, mas não apenas eles, porque os desajustados e renegados sociais que têm encurralado as pessoas de bens com suas consignas irredentoras, também fariam bem se botassem as barbas de molho.