Análise - A RBS, suas contradições e o arbítrio da PF e do MPF no caso Zé Otávio Germano

Ao lado, Ildo Gasparetto, homem da República de Santa Maria. Na época, o chefão, Tarso Genro, foi identificado como o verdadeiro mentor das tropelias. Disse Pedro Simon: "Isto tem as digitais de Tarso". Esta semana, ao atacar Gasparetto, Zé Otávio "esqueceu" espertamente a existência do chefão, Tarso, beneficiário direto pelo caso escandaloso. 



Somente o jornal Zero Hora continuou repercutindo neste sábado, a exclusão do deputado José Otávio Germano do processo principal da Operação Rodin. O STF considerou criminosas, portanto ilegais, as provas obtidas por grampos aplicados pela Polícia Federal sem a devida autorização do Supremo, o que quer dizer que violou dispositivos claramente desenhados na Constituição Federal e nas leis da República.
. Correio do Povo e O Sul, os outros dois diários que circulam aos sábados em Porto Alegre, ignoraram o assunto.

. Zero Hora repercutiu a entrevista concedida na sexta-feira pelo ex-superintendente da Polícia Federal, Ildo Gasparetto, premiado depois da Operação Rodin com cargo de adido na embaixada do Brasil em Buenos Aires:

- O deputado Otávio Germano, ao me acusar, usa seu direito de jus sperniandi (o direito de espernear). Ele age como político.

. Há no mínimo uma impropriedade na resposta de Ildo Gasparetto, cuja atividade na PF foi tão notória que ele chegou a receber a distinção de Personalidade Política do Ano, conforme a Federasul. É que ele atribui reações como as do deputado ao gênero da atividade escolhida por ele, o que acaba atingindo até mesmo o Sr. Tarso Genro, que foi chefe de Ildo Gasparetto e fiador de tudo o que ele praticou na Operação Rodin.

. O jornal da RBS, que se beneficiou de informações privilegiadas na época da Operação Rodin e integrou o Eixo do Mal contra o governo Yeda, publicou duas opiniões desencontradas sobre o caso:
Túlio Milman, página 3 – Já a Justiça (referindo-se à decisão do STF) tem rigores que antecedem a análise do mérito. É a forma ganhando de goleada do conteúdo. E talvez, pelo bem da democracia, tenha de ser assim.

. Túlio Milman refere-se ao respeito ao que dispõem a Constituição e as leis da República, sobretudo ao devido processo legal, pedra de toque da prestação jurisidicional em qualquer sociedade civilizada, democrática e em pleno exercício do estado de direito.
. Editorial (Investigação questionada), página 16 – “Sem qualquer prejulgamento, o arquivamento do processo contra o deputado José Otávio, apontado pela Polícia Federal e pelo MPF entre os responsáveis pelas fraudes da Operação Rodin, preocupa quem espera pelo cumprimento das normas legais em todas as investigações criminais. (...) a Rodin não pode se juntar ao acervo de investigações, cujo único resultado é o aumento da sensação de impunidade.

. Nada impedia a Polícia Federal e o MPF de buscar a devida autorização do STF para grampear o deputado Zé Otávio, mas ambos preferiram atropelar a Constituição e a s leis da República, o que é intolerável no estado democrático de direito. Não se trata de cumprir ritos impostos arbitrariamente pela cabeça do legislador ou da Justiça, mas se trata de cumprir a lei. Polícia e MP não estão acima da lei, porque o Brasil não está sob a égide da ditadura. É possível, sim, investigar e punir criminosos comuns ou privilegiados, cumprindo o que dispõe a lei. Quem aplaude o autoritarismo contra adversários, inimigos, desafetos ou suspeitos, abre a porta de casa para ser a vítima seguinte. 

* No livro Cabo de Guerra, 499 páginas, o editor dedica 5 capítulos à Operação Rodin. Adquira seu exemplar pelo e-mail polibio.braga@uol.com.br A história do Eixo do Mal é contada em detalhes inéditos. Entrega em 48 horas em todo o Brasil, sem custo adicional. R$ 75 o exemplar. 

OPINIÃO DO LEITOR
A opinião a seguir é a mesma de inúmeros inocentes úteis, pessoas até bem intencionadas ou notórios aprendizes de ditador, que teimam em confundir o respeito ao devido processo legal com a necessária investigação policial, a imprescindível denúncia do MP e a inadiável prestação jurisdicional a qualquer preço, inclusive atropelando a Constituição e as leis da República, portanto os direitos mais elementares de qualquer cidadão. No caso, o editor não defende o deputado José Otávio e nem colocaria indícios e provas materiais criminosas encontradas contra ele na Operação Rodin, simplesmente porque o editor não é bandido e nem é celerado. Se existem crimes, eles só não terão julgamento justo porque a PF e o MPF trabalharam à margem da lei para apurá-los. 


O questionamento do leitor
Políbio, em defesa da sociedade gaúcha, tu que defendes ardorosamente o Deputado José Otávio terias coragem de colocar no teu site os indicios e provas materiais encontrados na Operação Rodin, mesmo que obtidos de forma ilegal?Milton Serpa, Porto Alegre. 

11 comentários:

Anônimo disse...

O agir autoritário da polícia produz impunidade!

O Ministério Público deveria atuar nesta questão para apurar as responsabilidades da PF e do então ministro da Justiça TARSO GENRO DO PT, pela forma EQUIVOCADA como conduziram a operação rodan.

O resultado de tanta incompetência da PF e do TARSO GENRO é a LIBERDADE DE CRIMINOSOS!

Mas...

No final disso tudo, o maior beneficiado com essas tropelias todas da PF foi o TARSO GENRO, que através da operação rodan pavimentou seu caminho ao governo do estado.

Da pra concluir que o TARSO GENRO não estava preocupado em agir com seriedade em fazer justiça, ele estava apenas agindo nam direção de SEUS INTERESSES PESSOAIS!

Anônimo disse...

Políbio, em defesa da sociedade gaúcha, tu que defendes ardorosamente o Deputado José Otávio terias coragem de colocar no teu site os indicios e provas materiais encontrados na Operação Rodin, mesmo que obtidos de forma ilegal?

Anônimo disse...

A questão é: o que ele falou no grampo telefonico existiu ou não?

Anônimo disse...

O grande objetivo, eleger Tarso, foi alcancado. Esta gentalha nem estah dando bola se foi legal ou ilegal. Jeito petistas de fazer as coisas.

Eduardo Scarparo disse...

Tá, mas os gaúchos nunca mais vão ver a cor dos 44 milhões desviados?

Anônimo disse...

Gasbaretto: triste figura!

Anônimo disse...

O anonimo das 9:32 esquece uma coisa:
Nesta investigação e algumas outras bombasticas tanto a PF como o MPF estavam de mãos dadas. Alguém já esqueceu da entrevista técnicamente indevida dos seis Procuradores da República sobre a denúncia de improbidade administrativa contra YEDA?
Então se a PF errou, O MPF também errou pois estava junto e acompanhando tudo inclusive com atuação nos encaminhamentos judiciais.
E eu pergunto. Quem vai investigar e denunciar o Procurador ou procuradores?
Não esqueçam que a denúncia criminal é privativa do MPF, neste caso.
Mais uma razão para que a PEC 37 seja aprovada.

Anônimo disse...

Certo o nonimo das 19:15 h: Deram muito poder aos MPE e MPF. Cada um na sua função: a Policia investiga, o MP é titular da ação penal, podendo requerer novas diligencias ao juiz (com um detalhe o MP não é poder), o Juduciário julga, o Legislativo Legisla (leis...) e o Executivo executa e estamos conversados, ou seja, cada macaco em seu galho.

Anônimo disse...

Sr. Eduardo Scarparo!

Os gauchos nunca verão os 44 milhões e nunca verão os outros milhões entre a tal denuncia e os dias de hoje.

Nada mudou. Pois quem está fazendo o trabalho hoje? Verifiques.

Anônimo disse...

Uma coisa é certíssima, sendo as provas legais ou ilegais, nunca ninguém que escutou aquela bandalheira vai esquecer uma palavra sequer. Não existe STF ou qq entidade que possa apagar registros de nossa memória!

Anônimo disse...

No meu entender agora ja passado um bom tempo dessa operação é de que houve tentativa de desestabilizar o governo.Mas em minha opinião a corrupção existiu.
Os audios para qualquer cidadão com o minimo de inteligencia são provas irrefutáveis, não para a justiça , mas para a justiça pessoal de cada um.

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