Barclays pode ser o novo dono do grupo francês Doux, dono da Frangosul no Brasil

O grupo francês Doux, maior produtor europeu de frangos e dono da Frangosul no Brasil,retomou as negociações com o Barclays e deve aceitar a proposta do banco para assumir o controle majoritário da companhia, informou ontem a Confederação Geral do Trabalho (CGT) da França, segundo a agência France Press (AFP).

Sob intervenção judicial desde junho e em busca de um comprador, a Doux recebeu 14 propostas de compra no último dia 5. As ofertas decepcionaram o administrador judicial do caso, Régis Valliot, a própria Doux, sindicatos e o governo da França. Em entrevista ao Valor, na semana passada, Valliot informou que pediu aos candidatos à compra da Doux que melhorassem suas propostas, que foram consideradas "insatisfatórias".

Pouco antes de uma reunião decisiva, Raymond Gouiffes, representante sindical da CGT, disse que o Barclays, credor de € 140 milhões, deve assumir 80% do grupo, enquanto que o atual controlador, o empresário Charles Doux, ficará com 20%. Atualmente, o banco BNP Paribas tem 20% da companhia, sendo que o restante pertence à Doux.

Se aceitar a proposta do Barclays, Charles Doux voltará atrás na decisão de não se desfazer do controle da empresa. O banco já havia feito uma proposta de milhões de euros pelo controle do grupo francês, recusada pelo empresário. "Seria uma volta ao ponto de partida", disse Gouiffes.

- Quinto maior exportador mundial de carne de frango, a Doux sofreu com alta dos grãos, a forte competição e a deterioração do cenário econômico mundial, que acabaram espremendo as margens da empresa e tornaram sua dívida insustentável. Hoje, a Doux tem uma dívida bancária estimada em €430 milhões, quase a metade no Brasil. Fundada em 1955, a companhia registrou um faturamento de €1,406 bilhão em 2011.No Brasil, as unidades da Doux foram arrendadas, por dez anos, para a JBS no início de maio. As dívidas da filial brasileira totalizam R$ 1 bilhão, incluindo débitos fiscais, trabalhistas e com fornecedores. A dívida com os bancos no país ultrapassa R$ 500 milhões. (Com Dow Jones Newswires).

* Clipping Valor Econômico, Luiz Henrique Mendes

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