A morte de Laís e o moderno e abjeto trabalho escravo dos brasileiros nos navios de cruzeiro.

O leitor pode ter examinado na mídia a notícia sobre o caso da menina brasileira que trabalhava em um cruzeiro em alto-mar e que se atirou do convés. Pois bem, meu irmão, que agora mora comigo na Holanda, também passou por situações semelhantes à dela, ou seja, situações degradantes no trabalho. Ele mora comigo aqui na Holanda e sua história - e a do desaparecimento (muito provavelmente morte) da menina - fizeram-me escrever o texto abaixo. É intolerável o que acontece nesses navios. 

Marcel van Hatten, Ivoti, RS, postando esta nota desde Amsterdam.

Moderno e abjeto trabalho escravo.

Publico este texto em memória de uma brasileira que não conheci, Laís Santiago, e em solidariedade a tantos outros brasileiros que sabem, sentiram ou ainda sentem na pele o que é um moderno e abjeto trabalho escravo.

. Formado em hotelaria, meu irmão Robbert van Hattem embarcou em 20 de março passado em um cruzeiro para ser assistente de garçom. Era um navio da MSC e ele estava animado: queria vir à Europa para trabalhar aqui mas, antes disso, ter uma experiência por alguns meses em um cruzeiro parecia uma ideia muito boa tanto para seu currículo, como para o seu aprendizado pessoal.

. Pode parecer forte o título desse post, mas o que ele me contou (e que você poderá ler abaixo) é difícil não caracterizar como trabalho escravo: doze horas por dia em um navio sem ter para onde ou a quem recorrer, sete dias por semana, sendo humilhado pelos chefes, normalmente latinos ou italianos. Um dos motivos dessa barbaridade está na própria lei protecionista brasileira: navios que atracam no Brasil,  são obrigados a contratar uma cota de seus funcionários entre compatriotas nossos. O preconceito dos superiores devido a essa lei que está imposta é evidente.

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6 comentários:

Mordaz disse...

É difícil atribuir o suicídio as condições de trabalhos. Era só desembarcar.

Anônimo disse...

Creio que a Lais passou por outros constrangimentos. Trabalhar duro deve te-la deixado em depressão e somada a outros questões não ventiladas. Dependendo da idade e a educação recebida a pessoa não 'tira de letra'.

Anônimo disse...

concordo com o Mordaz...

na próxima parada era só dar um adeus...

e se suicidar por causa de humilhações verbais cometidas por chefes?

só sofrendo de muita insegurança psicológica para cometer ato tao extremo por motivo relativamente banal...

eh chato, ninguém gosta, mas dai a tirar a própria vida por causa disso?

acredito que tenha mais coisa ai nesse rolo...

Surfista Prateado disse...

Me parece uma reação a quem teu seu negócio invadido por políticos que os obrigam a contratar quem não querem, o que por si só é um absurdo completo. Acha ruim? Imagina um funcionário do governo entrando na sua casa e dizendo o que você deve comprar...

Morena Flor disse...

Mordaz e anônimo q concorda com ele:

Espero q vcs NUNCA tenham a experiência da depressão em suas próprias vidas ou na vida de um ente querido. Falar é tão fácil... Qdo a dificuldade bate na porta, são outros quinhentos, aí é q eu quero ver falar em "ah, é só desembarcar"(mais uma cretinice da modalidade "os incomodados q se mudem"), "depressão e suicídio por causa disso é besteira e frescura..." e outras pérolas da falta de empatia com outro ser humano. E vcs acham mesmo q humilhação CONTÍNUA de chefetes de trabalho q usam de seu expediente pra demonstrar poder pra esconder as próprias fragilidades é bobagem? EXPERIMENTEM passar por isso e depois digam. De novo, falar é tão fácil - falar bobagem sem saber do q está falando é mais fácil ainda. E cada pessoa é única e aguenta desta vida o q der pra aguentar. E nem por isso, merecem ser desrespeitadas, são SERES HUMANOS, e isto basta.

Unknown disse...

Muito fácil para mim. Só desembarquei, me fizeram pagar uma passagem cara e me disseram que eu nunca mais poderia voltar a trabalhar na MSC. Para alguém que não tem o passaporte europeu complica um pouco. Não é tão fácil de entrar num cruzeiro marítimo. As pessoas que trabalham lá investem muitas vezes o valor de um ou dois salários com agências de recrutamento, exames de saúde e transporte. Ao desistir, são informadas que nunca mais poderam voltar (investimento jogado fora) e que ainda terão de pagar a passagem de volta. Além disso não tem como simplismente desembarcar pois a empresa está em posse de todos os passaportes.

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