Serraglio: 'Não admito ouvir que o Mensalão não existiu'

Quando foi escolhido para a relatoria da CPI dos Correios, em 2005, o deputado Osmar Serraglio (PMDB) estava em seu segundo mandato - e jamais havia participado de uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso. Inexperiente e integrante da base, o parlamentar parecia ter o perfil ideal para conduzir as investigações a lugar nenhum: justamente onde o governo queria que terminassem. Mas não foi o que se viu. Os trabalhos da CPI resultaram não apenas na cassação de figuras de proa do PT envolvidas no mensalão, como José Dirceu, como também serviram de base para a denúncia entregue pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, em 2006.

Seis anos após o término dos trabalhos, o deputado guarda vivas na memória as artimanhas que precisou driblar para que a investigação não terminasse em pizza. E seu calmo semblante endurece à simples menção sobre as negativas da existência do mensalão: “As provas estão todas lá. Não inventamos nada”, afirma. Confira a seguir parte da entrevista concedida pelo parlamentar ao site da revista Veja:

Como um parlamentar da base que investigava nomes fortes do PT, o senhor enfrentou problemas com seus colegas?
- Hoje só tenho problemas quando meus colegas reavivam essa chaga, mas são como as rusgas com adversários políticos: fazem parte do jogo.

Tais rusgas chegaram a atrapalhá-lo?
- Não, hoje sou vice-líder o governo na Câmara, o que prova que ninguém me discriminou. Pelo contrário, valorizaram meu trabalho.

E como avalia esse movimento coordenado de negação do mensalão?
- Tenho apenas uma convicção: a de que o mensalão marcou, sim, a história do país. Não fosse esse escândalo e o Brasil não teria Dilma Rousseff como presidente da República. Afinal, foi com a queda de Dirceu – o então super-ministro de Lula – que ela passou das Minas e Energia para a Casa Civil. Tampouco Lula teria sido o presidente que foi. O ex-presidente só conseguiu se livrar da sombra de Dirceu com a eclosão do escândalo - e com o surgimento das evidências de que seu “primeiro-ministro” estava ligado ao esquema. Talvez por isso muitos tenham raiva de mim, mas minha CPI fez um bom trabalho...

CLIQUE AQUI para ler a entrevista completa no site da Veja.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que não faz o menor sentido é "blindar" Lula. Todos sabem perfeitamente que ele é um dos maiores estelionatários deste país. Que sua política de governo enxovalhou o que conhecemos como democracia e por fim, destruiu a economia brasileira.

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