Na TV, Marina murcha em vez de crescer

Clipping
Marina e o PV: nunca antes se cometeram tantos erros em tão pouco tempo
Site da Veja - 18/08/2010 - por Reinaldo Azevedo

Marina está decepcionando até a mim, que critico tanto seu discurso. Não deve ser diferente com seus eleitores e com muitos que tentam encontrar motivos para se entusiasmar. Seu tempo no horário eleitoral é muito curto, sem dúvida. Mas poucos erraram tanto em tão poucos segundos. O que é aquilo que se viu ontem?
Tudo pareceu feito para assustar. O texto e as imagens anunciavam uma variante do fim do mundo, apegados ao monotema do meio ambiente. Em off, ouvíamos a candidata a recitar alguns trechos do Apocalipse, até que surgisse na tela, de negro (era luto?), como se nos convocasse a uma espécie de conversão.
Ruim de doer! Eu mesmo acho que Marina e o PV são melhores do que aquilo. Imaginei que ela tentasse apelar a outras áreas do imaginário. A imprensa bem que a ajudou, associando-a à imagem de Obama: negra (ela é mestiça, mas se diz negra…), afinada com o discurso global, apegada às teses da sustentabilidade, expressão de um mundo mais leve, sei lá…
Em vez disso, Marina aparece evocando, literalmente, o fim do mundo. Trata-se de um erro brutal — e não que faltem pessoas inteligentes à sua volta. Ela mesma está longe de ser uma boba. Não sei o que se passou por lá.
Pô, de propaganda, Guilherme Leal entende. As de sua empresa, a Natura, são descoladíssimas. Parecem oferecer, assim, uma nova consciência quando vendem creme anti-rugas. A consumidora de seus produtos é convocada mais a fazer um mundo melhor do que a tentar ficar com a pele mais esticada. Assuntos desagradáveis podem ter, pois, uma abordagem suave.
A fantasia do aquecimento global também. Nessa toada, Marina murcha em vez de crescer. Em meio a tanto triunfalismo, sobra pouco ânimo para o Apocalipse. Acho melhor Marina expor a utopia em vez da distopia.

2 comentários:

Anônimo disse...

SEm falar que ela usou em seu programa uma mentira proferida por Al Gore e já desmascarada: a de que os oceanos subirão 7 metros. Al Gore, que apresentou esta falácia em seu seu "verdade incoveniente" teve que reconhecer que não há fundamento científico nesta afiramação, que a propósito, foi retirada, por decisão da justiça, da versão do documentário apresentada em escolas britânicas.

Anônimo disse...

Também vi e percebi a balela sub-intelectual pseudo-científica sobre os 7 metros de elevação do oceano, que acabarão por engolir FPOLIS, RIO, e Recife. É dose pra mamute... Como pode uma Senhora evangélica e cristã apoiar sua propaganda política na mentira?

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