Zé Dirceu articula por Dilma e por Delúbio

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Josias Souza
www.uol.com.br


Dilma é mais ampla do que o PT

José Dirceu (PT-SP) tornou-se, depois de Lula, o maior entusiasta da candidatura presidencial de Dilma Rousseff.
O ex-ministro e deputado cassado acha que o “nome dela está consolidado, no PT e na sociedade”.
Dirceu vê virtudes até numa característica de Dilma que parte do petismo enxerga como defeito.
Acha que o fato de a ministra não ser uma militante histórica do PT “pode ser uma vantagem”. Torna-a “mais ampla que o PT.”
Na noite passada, conforme noticiado aqui, o sem-mandato Dirceu foi fazer política na cidade de Vitória.
Discursou num encontro do PT local. Antes, reuniu-se com o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB).
Entre a palestra para os petistas e o encontro com o peemedebista Hartung, Dirceu deu entrevista ao repórter Vitor Vogas.
Disse que a precipitação da campanha sucessória é perigosa –“temos que enfrentar a crise”—, mas “inevitável”— “O Serra é candidato desde criancinha”.
Defendeu a volta do ex-gestor de arcas Delúbio Soares aos quadros do PT –“votei contra a expulsão”. Vão abaixo os principais trechos:
- Dilma-2010: [O fato de ela não ser uma militante histórica do PT] pode ser uma vantagem. Ela é mais ampla que o PT. Veio do trabalhismo de esquerda do PDT. É uma das forjadoras do sucesso do governo Lula. O nome dela está consolidado, no PT e na sociedade. O voto feminino vai pesar, assim como a perspectiva de manter o país no rumo em que está. Não tenho nenhuma frustração [por não estar mais à frente da Casa Civil], já que estamos realizando tudo aquilo que sonhávamos.
- Articulador: Quem faz esse trabalho é o presidente do partido. Como militante do PT, estou defendendo a candidatura de Dilma, procurando construir um pacto do PT para a campanha e incentivando as alianças. Em 2008, visitei 13 estados e 15 países, a trabalho ou por razões políticas. Estou retomando o que nunca deixei de fazer.- Antecipação da campanha: [Dirceu ouvira de Hartung ressalvas à precipitação da atmosfera eleitoral] Concordo que existe uma precipitação perigosa. Precisamos pôr um freio nisso. Temos que enfrentar a crise – que não atingiu tão gravemente o Brasil devido às políticas econômicas do governo –, mas é a prioridade. A segunda é governar as cidades, pois os prefeitos mal tomaram posse. Temos que ter sensibilidade e firmeza, como propõe o governador [Hartung], para não substituirmos a agenda da crise pela da sucessão. Mas é inevitável, porque também há uma prévia no PSDB. [José] Serra é candidato desde criancinha.- A volta de Delúbio: Votei contra a expulsão de Delúbio por considerar que era um pré-julgamento. Se fosse o caso, o partido deveria suspender a filiação e esperar a decisão da Justiça – que deveria ser em 1ª instância, pois Delúbio e eu não temos foro privilegiado. Foi uma decisão inédita do STF, que até hoje não entendi. E depois querem atribuir a nós a demora do processo. [O retorno ao partido] é um direito que ele tem, líquido e certo. Como ele disse na carta, considera que já cumpriu uma pena muito dura. E não se provou que fez uso de recursos públicos.- A ‘quadrilha’ do mensalão: Já fui absolvido em dois processos em 1ª instância, em todos os inquéritos e CPIs. A Receita fez uma devassa na minha vida por 17 meses, e recebi um atestado de honestidade. Nós assumimos nossas responsabilidades e respondemos por elas. O que digo é que não tem corrupção e formação de quadrilha. Outra coisa é caixa dois, crime eleitoral ou fiscal que o partido cometeu. Dizer que houve mensalão é inaceitável.

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