Crise fará novos prefeitos apertarem o cinto

Em Porto Alegre, 1,4 milhão de habitantes, orçamento previsto de R$ 3,1 bilhões no ano que vem (mais 10,7% sobre 2008), o novo prefeito enfrentará uma inesperada dificuldade para ampliar os investimentos públicos, porque a crise econômica global já desembarcou no Brasil, o que quer dizer que no ano que vem o PIB não crescerá os 4,5% que estavam previstos para o País e poderá até recuar, embora as projeções admitam avanço de 3,35% (a inflação subirá de 4,5% para 4,9%). Os dois números são otimistas.

. Em Porto Alegre, reelegeu-se facilmente o prefeito José Fogaça (58,9%), que mais uma vez esmagou o PT (41,1%). Fogaça, agora, é estrela de primeira grandeza dentro do PMDB.

. Um melhor desempenho da economia estadual poderia ajudar Porto Alegre, mas isto também dificilmente ocorrerá.. O que vale para Porto Alegre, vale também para todas as outras cidades brasileiras.

. O que quiseram demonstrar os eleitores:

1) os eleitores foram bastante conservadores neste pleito municipal, reelegendo a maior parte dos atuais prefeitos que se candidataram (90%) ou elegendo os candidatos por eles indicados.

2) nas 20 capitais onde prefeitos se candidataram, nem um só deles perdeu. Os eleitores resolveram premiar o bom desempenho dos seus prefeitos e esperam mais de cada um deles. Nas campanhas, todos eles prometeram investir muito mais. A crise econômica global dificilmente permitirá que cumpram suas promessas.

- Em cada eleição, os cientistas políticos identificam um fenômeno central do pleito. No RS e em Porto Alegre, nas eleições de 2006 e 2004, os fenômenos foram iguais: o tertius que prometeu paz e amor. Este ano, foi a vez do prefeito bem avaliado, o que foi a regra em todo o País.

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