Moro fala com Camarotti sobre Lava Jato, prisão em 2a. instância e foro privilegiado

Vale a pena ler esta extensa entrevista concecida pélo juiz Sérgio Moro ao jornalista Gerson Camarotti, O Globo. O juiz não tangencia resposta a nenhuma das perguntas, mas faz tudo isto com sabedoria, inteligência e acuidade política. 

Leia tudo:

Camarotti: Como o senhor avalia essa questão de prisão em segunda instância? Você está tendo uma revisão no STF. Agora os ministros estão querendo, inclusive, mudar o voto da prisão em segunda instância, que foi um divisor de águas, inclusive, na própria Lava Jato. Como o senhor avalia essa questão e essa possibilidade? Essa crítica que tem por parte de ministros do STF em relação à prisão em segunda instância?

Moro: Eu acho que houve uma percepção por parte do STF. Eu não diria baseado exclusivamente na Lava Jato, mas em vários casos criminais. Mas houve uma percepção no início de 2016 que a impunidade e a corrupção sistêmica andavam juntas. Não que a impunidade seja a única das causas da corrupção, mas certamente o fato de esses graves casos de corrupção não encontrarem uma resposta na justiça acaba servindo como um estímulo ao comportamento criminoso. Se você tem alguém que rouba o dinheiro público e nunca nada acontece, a tendência é que esse comportamento venha a piorar. E o STF, ao meu ver, com essa percepção, proferiu um julgamento em 2016.  (...) Mas a regra anterior, de que se esperava até o final, apenas favorecia criminosos poderosos, que tinham condição de contratar advogados habilidosos e que conseguiam manipular o sistema para prevenir uma efetiva responsabilização. Não faço, aqui, uma censura propriamente aos advogados. Mas se o sistema tem brechas as brechas serão utilizadas. Então, foi proferida essa decisão que eu acho que foi muito importante. Foi fundamental essa mudança permanente.

CLIQUE AQUI para ler tudo. Está no Blog do Camaroltti.

15 comentários:

Anônimo disse...

Juiz e cidadão exemplar. Inteligentes respostas, precisas e oportunas, sendo a questão da prisão em segunda instância o ponto alto. Com a palavra o STF, com seus malabarismos para proteger os seus "malvados favoritos". Exercício de imaginação: se houvesse dois stf, um imaginário, constituído por juízes com reputação e eficiência comprovada, e o atual, com suas conhecidas figuras e mazelas, e nós pudéssemos votar e extinguir um dos dois, em qual você votaria? Pedro Mass

Sheila disse...

Foi pegadinha. Logo após a entrevista, Mônica Waldvogel, no programa Entre Aspas, fez outra entrevista falando sobre os excessos da Lava Jato. Sem contar que o programa foi ao ar no dia da votação no senado sobre o caso Aécio... não por acaso Camarotti perguntou a Moro sobre a foto com o senador que a petralhada tanto explora midiaticamente. Assim como na Itália, a onda de ataques à operação Mani Pulite que tentou colocar corruptos na cadeia, mo Brasil está se repetindo de forma insana, com a "mídia golpista" ajudando a enterrar a Lava-Jato. Só pra irritar quem defende a politicalha malandra e desonesta, especialmente quem apoia a bandeira vermelha e vê a corrupção como um valor moral 'pequeno-burguês': excessos houve sim... DE ROUBALHEIRA DO DINHEIRO DO POVO. A punição está sendo pouca e o povo está sendo frouxo. Deveriam esses ladrões ser execrados em praça pública, pois a revolta é pouca diante do ROUBO dos hospitais e escolas que tiraram dos mais pobres e da segurança que afeta a todos.

Alberto disse...

Se Lula não for preso, fechem o Brasil.

Anônimo disse...

Moro na Globonews e a entrevista que não existiu:

Joaquim de Carvalho - 18 out 201

Nada parece mais simbólico do que a realização e divulgação da entrevista do juiz Sergio Moro no mesmo dia em que o Senado Federal decidiu salvar Aécio Neves. (...)

Ao falar sobre por que recusou a produção de provas em alguns processos, o juiz deu, muito provavelmente num ato falho, a deixa para a pergunta que não foi feita. O repórter perguntou como Moro via a reclamação dos advogados de que não tem sido assegurado o direito de produção de provas. Moro respondeu:

“No processo penal, o juiz tem a responsabilidade de supervisionar a produção de provas das partes, e a lei estabelece que o juiz pode, eventualmente, indeferir provas que sejam requeridas pelas partes quando entender que elas não são necessárias para o processo. E isso é o que acontece em qualquer vara criminal. (...)

A resposta é mais longa, mas esses trecho basta para analisar não o que a fala do juiz revela, mas o que esconde. A testemunha que mora no exterior, cujo depoimento foi indeferido por Moro, é Rodrigo Tacla Duran, que a defesa do ex-presidente Lula pediu para ouvir. Era a hora de Camarotti fazer a pergunta, mas o tema e o nome — Rodrigo Tacla Duran — parecem proibidos na velha imprensa brasileira — no exterior, por onde a Odebrecht andou, Tacla Durán é assunto recorrente. Uma emissora de TV do Panamá deu plantão em frente a um endereço de Durán na Espanha para tentar entrevistá-lo.

Durán teria, sim, o que dizer num processo sobre Lula. Por exemplo: ajudou na transferência de dinheiro para o ex-presidente brasileiro assim como fez para autoridades de outros países? Sendo o negócio de Durán ajudar nesse tipo de operação clandestina, seria muito interessante saber esta resposta.

Durán poderia também desmontar a farsa das delações premiadas, base do trabalho na jurisdição de Moro. Em um livro que permaneceu durante algum tempo na internet, Durán conta como, quando e por que foi alvo das investidas de um amigo de Moro — e advogado em pelo menos um caso —, Carlos Zucolotto Júnior, numa negociação para obter vantagens em uma delação premiada.

Mas esclarecer temas espinhosos como este passou longe na entrevista anunciada com estardalhaço pela Globonews. Há outras furos: a foto de Moro com Aécio Neves. O juiz se saiu bem na resposta que deu, sem confrontação. “Não há nada contra o senador tramitando na jurisdição de Curitiba, já que ele tem foro privilegiado”. Mentira. Desde os depoimentos do Alberto Youssef, em 2014, sabe-se que Andrea Neves, irmã de Aécio, operava para o irmão no caixa 2 gerado pela estatal Furnas. Aécio tem foro privilegiado, mas Andrea não, e ela nunca foi chamada ou investigada na jurisdição de Curitiba. (...)

Mas Moro é contra o vale tudo na Justiça. Pelo menos nos processos que atingem o PSDB. O que ele disse quando o repórter perguntou o que achava da anulação da operação Castelo de Areia, por trabalhar com provas ilícitas: — Os agentes envolvidos na aplicação da lei não podem, a pretexto de cumpri-la, violá-la.

Moro disse na Globonews o que quis e o que lhe convinha. (...)

Anônimo disse...

Com certeza! Falou tudo o competente, respeitado e brilhante juiz Sérgio Moro. Se o STF mudar as regras do jogo agora além de vir a ser um retrocesso na aplicação da pena, será sem dúvida um vergonhoso golpe para favorecer os grandes criminosos como Lula. O povo não é bobo e não aceitará manobras desta estirpe.

Anônimo disse...

Lula diz para Moro também cobrar documentos originais de procuradores e delator:

17/10/2017 - 20:20 - Cíntia Alves

Jornal GGN - Os advogados do ex-presidente Lula decidiram demandar que Sergio Moro dê tratamento igual à defesa e acusação e solicitaram que os procuradores de Curitiba sejam intimados a apresentar a versão original de vários documentos que estão sob suspeita de falsidade.

A iniciativa ocorreu após Moro determinar que Lula apresente as vias originais dos comprovantes de aluguel que juntou aos autos para atestar que não recebeu vantagens indevidas em processo que envolve a Odebrecht.

​No ofício enviado na segunda (16), a defesa de Lula pede que "seja determinado ao MPF [Ministério Público Federal] e ao corréu [Marcelo Odebrecht] - delator - que informem se dispõem das vias originais dos documentos aqui contestados, juntados nos eventos 997 e 999, para que essas vias também sejam usadas na realização de prova pericial."

A defesa reclama que uma série de documentos juntados por Odebrecht e pelos procuradores de Curitiba, às vésperas do interrogatório de Lula (ou seja, dando pouco tempo aos advogados para análise) são cópias entre si mas com algumas modificações alarmantes. Uma das provas, por exemplo, tem duas versões: uma com apenas uma assinatura, e outra exatamente igual, mas assinada por duas pessoas.

Por conta disso, a defesa quer que Moro determina uma perícia participar para verificar se os documentos foram fraudados. Os advogados alegam que o pente fino que será feito por técnicos de informática nos sistemas de registro de pagamento de propina da Odebrecht não será suficiente para resolver a questão da possível falsidade dos documentos.

"A perícia técnica que será realizada nas supostas cópias dos sistemas operacionais utilizados pelo Grupo Odebrecht — determinada de ofício por este Juízo nos autos da ação penal em referência — não será suficiente para a resolução do presente Incidente."

"Assim sendo, é necessária a realização de exames grafoscópico e documentoscópico em relação a cada um dos documentos", (...) para "esclarecer, com base na comparação e confronto, dentre outras coisas, conforme os quesitos a serem formulados, se (i) os documentos contestados são os mesmos e (ii) se há uma versão do documento com apenas uma assinatura e outro com duas assinaturas."

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Principio da "paridade de armas" entre acusação e defesa?

Anônimo disse...

Estão perdendo feio os Lavajateiros e o Moro!!! O desespero toma conta deles! Imagine se descobrirem que o MPF está falsificando documentos???

Anônimo disse...

Em termos de estratégia e técnicas jurídicas, os advogados que fazem a defesa do Ex-Presidente Lula estão aplicando uma goleada nos lavajateiros, apesar destes terem o poder e o monopólio da violência estatal contra os cidadãos investigados.

Qualquer que seja a reação do torquemada das araucárias, negando ou autorizando a perícia pedida pela defesa de Lula, a lavajateira e seus integrantes estão desmoralizados e tudo será "corrigida" nos Tribunais Superiores.

Anônimo disse...

Que entrevista de merda....Moro não atacou o Foro de São Paulo, o comunismo e o globalismo.

Anônimo disse...

É nem pode
Senão dirão que ele não é isento
Muitos esquerdopatas sem noção mano

Anônimo disse...

Moro já assinou o contrato com a Globo???

Anônimo disse...

O juiz imparcial de Curitiba, Sérgio Moro, concedeu entrevista à GloboNews - fato raro que mereceu comemoração de Copa do Mundo por parte da Globo.

‣ Moro disse que várias perguntas eram “complicadas” ou “difíceis” - por exemplo, quando indagado sobre a Operação Castelo de Areia.

‣ O juiz afirmou que “não se sente confortável” em discutir a perseguição da Lava Jato ao presidente Lula - “é uma pergunta complicada para eu responder”, disse.

‣ Deu indícios sobre o fim da Operação Lava Jato: disse que “boa parte do trabalho aqui em Curitiba já foi realizado” - essa também foi “uma pergunta complicada”…

‣ Sobre sua participação na pré-estreia do filme “A Lei é para todos, menos para os tucanos”, Moro diz que foi “como um espectador qualquer”.

‣ A respeito da foto com Aécio Neves, no evento da IstoÉ em dezembro do ano passado, ele diz que “não significa nada”. Ainda sobre o Mineirinho, afirmou que “o senador é uma pessoa espirituosa e eventualmente tem, ali, os seus momentos jocosos”…

‣ Apesar das reclamações do juiz sobre perguntas “complicadas”, a entrevista não tocou em pontos importantes da Operação Lava Jato - como as provas ilícitas ou o grampo no mictório de Curitiba. Ou consequências como o colapso da indústria naval ou os milhões de desempregados.

‣ Também não foi citado o grampo ilegal - e vazamento - da conversa da presidenta Dilma com Lula.

Anônimo disse...

O Camarotti esqueceu de perguntar se o troféu dos filhos do Roberto Marinho fica no gabinete dele...

Anônimo disse...

É DIFÍCIL A VOLUNTARIEDADE DAS DELAÇÕES DE PRESOS, ADMITE PROCURADOR
Ag. Câmara
Durante seu depoimento na CPMI da JBS, o procurador Ângelo Goulart Villela, respondeu questionamento do deputado Waidh Damous (PT-RJ) sobre o uso indiscriminado das delações premiadas e afirmou que o País vive uma "proliferação de prisões preventivas"; "Quando há a prisão, é difícil você aferir a voluntariedade. Se eu tivesse uma única coisa para delatar, eu não passaria 76 dias preso", disse; Villela foi preso em maio acusado de repassar informações sigilosas para o grupo empresarial em troca de uma promessa de mesada de R$ 50 mil
18 DE OUTUBRO DE 2017 ÀS 15:11 // TV 247 NO YOUTUBE Youtube

Anônimo disse...

Moro candidatíssimo [da Globo]:

18 de outubro de 2017 - Blog do esmael

Embora negue que vá disputar 2018, a entrevista que o juiz Sérgio Moro concedeu ontem (17) à Globo teve cheiro de candidatura no ar.

O formato da entrevista a Gerson Camarotti parecia mais um pré-lançamento de candidatura do magistrado da lava jato. Teve até chamada especial da emissora.

Questionado se gostaria de pedir a retirada de seu nome de pesquisas eleitorais, Moro afirmou que não via muito sentido em fazê-lo.

“…não vejo muito sentido que eu peça que tirem”, respondeu.
Sérgio Moro jurou que não sairá candidato, porém ele disse ser a carreira política “muito bonita”, porque afinal, prosseguiu, o agente político está ali para servir à sociedade, para representar os seus eleitores, isso é algo positivo.

Diz um ditado que quem nada quer, tudo quer…

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