Uma dona de casa e um pai de família sabem que a
administração das finanças começa por uma regra simples: gastar menos do que se
arrecada. Essa lógica parece passar longe dos manuais dos administradores
públicos. Para governos, a regra para equilibrar o caixa é onerar cada vez mais
o contribuinte e os empresários. O pobre cidadão brasileiro paga uma das mais
altas cargas tributárias do mundo. Em um ano, trabalhamos cinco meses apenas
para pagar impostos. É como se, numa empresa, o sócio aparecesse apenas para
receber o holerite, sem contribuir com uma gota de suor para o sucesso do
negócio.
Enquanto isso os cidadãos estão morrendo nos corredores
dos hospitais, ou encarcerados dentro de casa, sitiados em razão do medo de
sair às ruas. Empresas fecham as portas ou demitem para conseguir um mínimo de
fôlego para enfrentar a crise. O Rio Grande do Sul, que hoje não consegue
sequer pagar o funcionalismo em dia, tem proporcionalmente uma das maiores
dívidas públicas. Da dívida original de R$ 10 bilhões, já pagamos mais que o
dobro. E, acreditem, ainda devemos outros 50 bilhões! Em 2012, a OAB/RS
ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para discutir os altos juros
dessa dívida.
Para se ter uma ideia do abalo que o repasse causa ao
caixa do Estado, são 13% que saem todos os meses para a União. Enquanto isso,
nem os 12% obrigatórios de investimento em saúde são feitos. Por motivos que
não consigo compreender, nem o governo atual nem o anterior buscaram apoiar a
ação. Em momento algum manifestaram qualquer apoio à medida tomada pela Ordem.
Parecem não considerar a hipótese de que a via judicial seja uma opção capaz de
amenizar a crise. Outra atitude que também não foi tomada pelos governos é a
implementação de uma política de gestão profissional, com cortes racionais nas
despesas na busca de cessar a sangria dos cofres e buscar o equilíbrio
financeiro.
Novamente a solução mágica encontrada pelo governo passa
pelo absurdo aumento de tributos. Nenhum cidadão aguenta qualquer aumento de
impostos, seja no âmbito estadual ou federal, especialmente quando vê
cotidianamente seu dinheiro se esvaindo no ralo da corrupção. Nos últimos dias,
a OAB Nacional, juntamente com confederações, apresentou uma Carta à Nação, com
propostas e sugestões para a superação da crise ética, política e econômica que
o país enfrenta. É preciso que as forças políticas, de diversos matizes,
trabalhem para a correção de rumos da coisa pública. É uma tarefa que se inicia
pelo Executivo, a quem cabe o maior papel nessa ação, mas exige o forte
envolvimento do Legislativo, do Judiciário e de toda a sociedade.
3 comentários:
A MELHOR COISA QUE PODE ACONTECER AO SARTORI É NÃO PASSAR VOTAÇÃO PARA AUMENTO DE IMPOSTOS.
ELE COMO TODA PESSOA MEDÓTICA LEVA MAIS TEMPO PARA "ASSIMILAR" AS COISAS, MAS DEPOIS TEM GRANDE CAPAZIDADE DE CONTARNAR CRISES. MAS PARA ISSO PRECISA SER "EXPOSTO" E É ISSO QUE TÁ FALTANDO.
ELE TEM CONDIÇÕES DE MUITO MAIS DO QUE ESTA A APRESENTAR.
Mas quem esse Cláudio Lamachia pensa que é? O que ele entende de Administração Pública, de política fiscal e tributária? NADA. É um Mauricinho que gosta de ser midiático.
Ainda bem que ele separou contribuintes e empresários. Contribuinte realmente não dá para confundir com empresário. Boa parte dos empresários paga pouco imposto no Brasil. É só pobre e classe média que paga imposto. São os malditos tributos indiretos. Em um ano ``trabalhamos cinco meses``? Ele quer dizer que os os outros trabalham 5 meses por ano. Com certeza não são os grandes empresários, nem os advogados, que trabalham cinco meses por ano para pagar impostos. Os que mais reclamam são os que menos pagam impostos no Brasil.
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