Chefe do Clube do Bilhão diz que deu dinheirão para Lula, Dilma, Haddad e Zé Dirceu porque foi ameaçado de ficar sem obras da Petrobrás

Na sua edição deste sábado, a Folha de S. Paulo publica reportagem de Flávio Ferreira e Estelita Hass Carazzai, na qual é feita a revelação de que o empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, disse a procuradores da Operação Lava Jato que doou R$ 7,5 milhões à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff por temer prejuízos em seus negócios na Petrobras se não ajudasse o PT. A UTC tratou da enrega do dinheiro com o próprio tesoureiro da campanha, Edinho Silva. Ricardo Pessoa contou que também deu dinheiro para Lula. O prefeito de SP, Fernando Haddad, levou R$ 2,4 milhões e Zé Dirceu foi abençoado com R$ 3,1 milhões.

A ilustração ao lado é da Folha de hoje.

Foi tudo resultado de chantagem: ou dava o dinheiro, ou ficava sem obras.

Leia tudo:

Segundo Pessoa, a contribuição da empresa foi tratada diretamente com o tesoureiro da campanha de Dilma, o atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva.
Preso desde novembro do ano passado e hoje em regime de prisão domiciliar, o empresário negocia desde janeiro com o Ministério Público Federal um acordo para colaborar com as investigações em troca de uma pena reduzida.

Nos contatos com os procuradores e no documento em que indicou as revelações que está disposto a fazer caso feche o acordo, Pessoa descreveu de forma vaga sua conversa com Edinho, mas afirmou que havia vinculação entre as doações eleitorais e seus negócios na Petrobras.

O empreiteiro contou ter se reunido com Edinho a pedido do então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado como o principal operador do partido no esquema de corrupção descoberto na Petrobras e hoje preso em Curitiba.

As doações à campanha de Dilma foram feitas legalmente. Segundo os registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), foram três: duas em agosto e outra em outubro de 2014, dias antes do segundo turno da eleição.

Se Pessoa fechar o acordo de delação premiada com os procuradores, ele terá então que fornecer provas e detalhar suas denúncias em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal.

Em janeiro, Pessoa já havia indicado sua disposição de falar sobre a campanha de Dilma Rousseff em documento escrito na cadeia e publicado pela revista "Veja". "Edinho Silva está preocupadíssimo", escreveu o empresário.

CAIXA DOIS

Pessoa também afirmou aos procuradores que fez contribuições clandestinas para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, em 2006, e a do prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012.

O empreiteiro disse que deu R$ 2,4 milhões à campanha de Lula, via caixa dois. O dinheiro teria sido trazido do exterior por um fornecedor de um consórcio formado pela UTC com as empresas Queiroz Galvão e Iesa e entregue em espécie no comitê petista.

Pessoa afirmou também que, a pedido de Vaccari, pagou outros R$ 2,4 milhões para quitar dívida que a campanha de Haddad teria deixado com uma gráfica em 2012. O doleiro Alberto Youssef, outro operador do esquema de corrupção na Petrobras, teria viabilizado o pagamento.

Segundo o empreiteiro, o valor foi descontado de uma espécie de conta corrente que ele diz ter mantido com Vaccari para controlar o pagamento de propinas associadas a seus contratos na Petrobras.

Pessoa também promete revelar às autoridades detalhes sobre seus negócios com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que hoje cumpre prisão domiciliar por seu envolvimento com o mensalão.
O empreiteiro, que pagou R$ 3,1 milhões à empresa de consultoria de Dirceu entre 2012 e 2014, diz que o contratou para prospectar negócios no Peru, mas afirmou aos procuradores que a maior parte dos repasses foi feita após a prisão do ex-ministro, para atender a um pedido de ajuda financeira da sua família, em razão de sua influência no PT.

OUTRO LADO
O PT rejeitou as acusações do empresário Ricardo Pessoa e afirmou em nota que todas as doações à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014 foram feitas de acordo com a legislação eleitoral.
O partido ressaltou que as contas da campanha de Dilma foram aprovadas por unanimidade na Justiça Eleitoral.A assessoria do ministro Edinho Silva, chefe da Secretaria de Comunicação Social, que foi o tesoureiro da campanha presidenical, informou que a nota do PT deveria ser considerada sua reposta às alegações do empreiteiro. A Presidência da República e a assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disseram que não fariam comentários sobre o assunto. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que as doações à sua campanha foram todas feitas de acordo com a lei, e que as dívidas foram absorvidas e quitadas posteriormente pelo PT. O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que defende o ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, disz que ele só captou doações legais para o partido e não participou do esquema de corrupção descoberto na Petrobras.
O advogado do ex-ministro José Dirceu, Roberto Podval, informou que seu contrato de consultoria com a UTC tinha como objetivo prospectar negócios no Peru, sem qualquer relação com a Petrobras.


6 comentários:

Anônimo disse...

Correção: Num acordo que não ocorreu e que dificilmente ocorrerá, o empreiteiro Ricardo Pessoa, preso em novembro do ano passado e hoje em regime domiciliar, delataria as mais importantes figuras do PT, criminalizando doações legais à campanha da presidente Dilma e envolvendo ainda o ex-presidente Lula, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-ministro José Dirceu; rascunho do suposto acordo com os procuradores da Lava Jato foi vazado ao jornal paulista para constranger as figuras petistas; a própria força tarefa reconhece que o empresário descreve as situações de forma vaga......

Anônimo disse...

TUDO ISSO E NADA ACONTECE ?

Pr.guima disse...

- Coisa chata, discutir alguns "milhonzinhos" $$ dinheiro de "51" pinga. Tudo contabilizado. Dinheirinho de "quebra de caixa" (sobra de moedinhas) no fechamento do caixa, caixa 2 é claro. Perto do que é capaz um certo "ParTidinho, tudo isto é "fixinha".

Anônimo disse...

Essa Folha de São Paulo......Ao comentar a manchete deste sábado da Folha de S. Paulo, sobre o que pode vir a ser a delação premiada (que não foi feita) do empresário Ricardo Pessoa, o jornalista Ricardo Kotscho afirma se tratar de mais uma tentativa de alimentar o projeto golpista no País; "Disse como, a quem, aonde, quando, em que circunstâncias? Como já se tornou rotina na cobertura da Operação Lava-Jato, tudo é vago e colocado no condicional, não há resposta para estas perguntas, não se apresentam provas e as fontes são sempre anônimas, mas o conjunto da obra cumpre sua tarefa de municiar os porta-vozes da oposição, sempre em busca de um fato novo para pedir o impeachment da presidente, criminalizar o PT, colocar o governo na defensiva e tirar Lula da disputa sucessória".

Anônimo disse...

E ainda tem gente que duvida que seja um "governo do crime organizado"!!! A Máfia chega a estar com inveja diante de tanta "criatividade"!

Anônimo disse...

Quer-se dizer, ninguém recebeu nada, mas ele pagou e ficou com provas. Psicopatas.

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