A foto é de Zeca Ribeiro, fotógrafo da Câmara. -
Em duas votações consecutivas realizadas ontem a noite, o
plenário da Câmara dos Deputados rejeitou o chamado "distritão" e
barrou a inclusão na Constituição do sistema de financiamento privado de
campanhas eleitorais. O resultado do plenário pode sepultar de vez a reforma
política no país em tempo hábil de ser aplicada já no ano que vem. A resposta
da Câmara é que os deputados não querem que nada mude.
O tamanho do revés do homem forte do Congresso Nacional
surpreendeu até mesmo líderes dos partidos, que não cogitavam a rejeição ao
financiamento misto das campanhas.
O atual modelo atual de financiamento que permite doações
de pessoas físicas e jurídicas para partidos políticos e candidatos deverá
agora ser alterado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que já formou maioria
contrária, só interrompida por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. A
votação na Câmara, se não modificada nesta quarta, enfraquecerá qualquer ação
do Legislativo no sentido oposto ao que a corte decidir.
O trecho sobre o financiamento obteve o aval de 264
parlamentares -- 44 a menos do que o mínimo necessário. O financiamento
eleitoral voltará a ser discutido em plenário nesta quarta-feira. Se o
financiamento privado for rechaçado de vez, abrirá uma perigosa janela para o o
financiamento público das campanhas, cujo maior beneficiário seria o Partidos
dos Trabalhadores. A votação na Câmara era justamente uma tentativa do
Congresso Nacional para se antecipar ao resultado da votação na corte.
Mas não foi só: mais cedo, numa votação que dividiu as
bancadas tanto da base governista como do bloco de oposição, o plenário barrou
a implantação do chamado "distritão", que mudaria o sistema eleitoral
brasileiro para pior. No "distritão", modelo adotado por países sem
nenhuma tradição democrática, como Afeganistão e a Jordânia, e similar ao que o
Brasil utilizava até a década de 1940, os deputados mais votados seriam
eleitos.
A Casa também derrubou propostas para mudar o atual
sistema eleitoral para os modelos de voto distrital, distrital misto e lista
fechada. Como nenhum deles prosperou, nesse ponto específico, o sistema
permanecerá inalterado.
Outros pontos -- Pelo cronograma acordado entre Cunha e
os líderes partidários, a Casa ainda deve votar outros pontos da reforma
política, como o fim da reeleição, duração dos mandatos, coincidência das
eleições, cota para mulheres e fim das coligações. Diante dos resultados de
hoje, dificilmente algo deve avançar.
Cunha afirmou que a conclusão da primeira rodada de
votação da reforma política mostra que a Câmara "não quer mudar
nada".
9 comentários:
Nem o sistema de votação, sr. Cunha?
Claro que não. A Dilma na campanha eleitoral prometeu fundos e mundos e acusou o Aécio de retirar direitos do trabalhador se eleito. No entanto que está fazendo o crime é ela. A presidenta junto com o Lula devem dar muitas risadas do povo que os elegeu. O que está acontecendo no Senado e na Câmara é jogo do "faz de conta". O que realmente vai ocorrer são aumentos de impostos e corte nos direitos trabalhistas. Lembrar o que a Dilma disse do Abono Permanência na campanha eleitoral? Vejamos agora que esta na mão dela para corrigir este problema.
Evidente que nao vao mudar nada, esta excelente deste forma e porque o assunto URNA ELETRONICA nem é tocado no assunto com tantas evidencias e desconfianca ?????????????? Na somos um pais serio.
A unica reforma politica cabe a nós no VOTO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não foi dessa vez, que o cunha atropelou os colegas.Agora vamos acelerar o processo que está com o ministro Gilmar Mendes.Devolve Gilmar!
Eles lutam para mudar tudo para ficar como está.Mexe,mexe mas continua fedendo a mesma coisa.
Se era para mudar como o cunha e PMDB desejavam, então que fique como está.
E o Gilmar Mendes tá ha um ano sentado em cima do processo, devolve Gilmar.
Caiu a ficha do cunha, ele se estava se achando.
Essa é a prova cabal que nenhum setor da sociedade quer mudar nada. Nem setor político, empresarial, mídia, industrial, educacional, esportivo. Querem manter o mais do mesmo e tudo como está somente para proteger seus cargos, status quo e poder. Pode notar que sempre alguém que quer fazer alguma reforma estrutural no Brasil acaba mal? E no final das contas essa turma sempre beneficia os mesmos grupos. José Sarney teve 60 anos mamando. FHC também. Lula também. José Serra também. Já mamaram em sindicato, UNE, USP, empresas, cargos públicos, já favorecerem montadoras, tvs, jornais, políticos, empreiteiras, bancos e etc.
Os mesmos grupos de sempre.
E para o povo só tem a conta para pagar no final do mês.
Já notou isso?
O que eu mais vejo na minha vida é todo mundo pagando conta, pagando para tudo e o retorno vem pingado tanto dos serviços privados como estatais. Mas a conta sempre vem.
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