Câmara rejeita reforma eleitoral. "Não querem mudar nada", queixou-se o presidente Eduardo Cunha. Votação prossegue hoje.

A foto é de Zeca Ribeiro, fotógrafo da Câmara. - 


Em duas votações consecutivas realizadas ontem a noite, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou o chamado "distritão" e barrou a inclusão na Constituição do sistema de financiamento privado de campanhas eleitorais. O resultado do plenário pode sepultar de vez a reforma política no país em tempo hábil de ser aplicada já no ano que vem. A resposta da Câmara é que os deputados não querem que nada mude.
O tamanho do revés do homem forte do Congresso Nacional surpreendeu até mesmo líderes dos partidos, que não cogitavam a rejeição ao financiamento misto das campanhas.

O atual modelo atual de financiamento que permite doações de pessoas físicas e jurídicas para partidos políticos e candidatos deverá agora ser alterado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que já formou maioria contrária, só interrompida por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. A votação na Câmara, se não modificada nesta quarta, enfraquecerá qualquer ação do Legislativo no sentido oposto ao que a corte decidir.

O trecho sobre o financiamento obteve o aval de 264 parlamentares -- 44 a menos do que o mínimo necessário. O financiamento eleitoral voltará a ser discutido em plenário nesta quarta-feira. Se o financiamento privado for rechaçado de vez, abrirá uma perigosa janela para o o financiamento público das campanhas, cujo maior beneficiário seria o Partidos dos Trabalhadores. A votação na Câmara era justamente uma tentativa do Congresso Nacional para se antecipar ao resultado da votação na corte.

Mas não foi só: mais cedo, numa votação que dividiu as bancadas tanto da base governista como do bloco de oposição, o plenário barrou a implantação do chamado "distritão", que mudaria o sistema eleitoral brasileiro para pior. No "distritão", modelo adotado por países sem nenhuma tradição democrática, como Afeganistão e a Jordânia, e similar ao que o Brasil utilizava até a década de 1940, os deputados mais votados seriam eleitos.

A Casa também derrubou propostas para mudar o atual sistema eleitoral para os modelos de voto distrital, distrital misto e lista fechada. Como nenhum deles prosperou, nesse ponto específico, o sistema permanecerá inalterado.

Outros pontos -- Pelo cronograma acordado entre Cunha e os líderes partidários, a Casa ainda deve votar outros pontos da reforma política, como o fim da reeleição, duração dos mandatos, coincidência das eleições, cota para mulheres e fim das coligações. Diante dos resultados de hoje, dificilmente algo deve avançar.


Cunha afirmou que a conclusão da primeira rodada de votação da reforma política mostra que a Câmara "não quer mudar nada". 

9 comentários:

Anônimo disse...

Nem o sistema de votação, sr. Cunha?

Anônimo disse...

Claro que não. A Dilma na campanha eleitoral prometeu fundos e mundos e acusou o Aécio de retirar direitos do trabalhador se eleito. No entanto que está fazendo o crime é ela. A presidenta junto com o Lula devem dar muitas risadas do povo que os elegeu. O que está acontecendo no Senado e na Câmara é jogo do "faz de conta". O que realmente vai ocorrer são aumentos de impostos e corte nos direitos trabalhistas. Lembrar o que a Dilma disse do Abono Permanência na campanha eleitoral? Vejamos agora que esta na mão dela para corrigir este problema.

Anônimo disse...

Evidente que nao vao mudar nada, esta excelente deste forma e porque o assunto URNA ELETRONICA nem é tocado no assunto com tantas evidencias e desconfianca ?????????????? Na somos um pais serio.

A unica reforma politica cabe a nós no VOTO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Não foi dessa vez, que o cunha atropelou os colegas.Agora vamos acelerar o processo que está com o ministro Gilmar Mendes.Devolve Gilmar!

Anônimo disse...

Eles lutam para mudar tudo para ficar como está.Mexe,mexe mas continua fedendo a mesma coisa.

Anônimo disse...

Se era para mudar como o cunha e PMDB desejavam, então que fique como está.

Anônimo disse...

E o Gilmar Mendes tá ha um ano sentado em cima do processo, devolve Gilmar.

Anônimo disse...

Caiu a ficha do cunha, ele se estava se achando.

Unknown disse...

Essa é a prova cabal que nenhum setor da sociedade quer mudar nada. Nem setor político, empresarial, mídia, industrial, educacional, esportivo. Querem manter o mais do mesmo e tudo como está somente para proteger seus cargos, status quo e poder. Pode notar que sempre alguém que quer fazer alguma reforma estrutural no Brasil acaba mal? E no final das contas essa turma sempre beneficia os mesmos grupos. José Sarney teve 60 anos mamando. FHC também. Lula também. José Serra também. Já mamaram em sindicato, UNE, USP, empresas, cargos públicos, já favorecerem montadoras, tvs, jornais, políticos, empreiteiras, bancos e etc.

Os mesmos grupos de sempre.

E para o povo só tem a conta para pagar no final do mês.

Já notou isso?

O que eu mais vejo na minha vida é todo mundo pagando conta, pagando para tudo e o retorno vem pingado tanto dos serviços privados como estatais. Mas a conta sempre vem.

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