Vale a pena examinar aspectos que devem ser considerados numa
análise da pesquisa eleitoral DataFolha deste sábado (leia abaixo), quando ainda falta um ano para a eleição. O levantamento
do Datafolha mostra fragilidades presentes em todas as pré-candidaturas
consideradas. Leia a análise da Folha de S. Paulo de hoje:
Um dos aspectos mais relevantes trata de uma simulação
qualificada de um eventual segundo turno. O Datafolha indagou aos eleitores em
quem votariam se a disputa final ficasse entre as chapas de Dilma Rousseff (PT)
+ Michel Temer (PMDB) contra Marina Silva + Eduardo Campos (PSB). Nesse caso, o
resultado muda de figura. A petista fica em situação de empate técnico no país
(44% X 42%) e perde no Sudeste (40% X 44%). Eis os dados (clique na imagem para
ampliar):
. Uma má notícia para Eduardo Campos é que quando ele é o
candidato a presidente (e Marina Silva ocupa a vaga de vice), a vitória da
dupla Dilma-Temer seria certa se a eleição fosse hoje: 46% X 37%.
Mas há aí também um sinal de alerta para Dilma Rousseff.
Mesmo com Eduardo Campos sendo o cabeça de chapa, a petista passa um aperto no
Sudeste. Ela e Temer ficariam com 41% contra 40% da dupla Eduardo-Marina. Ou
seja, empate técnico. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):
. Os cenários de segundo turno são bem diferentes quando o
Datafolha apresenta apenas o nome de Dilma e o de um possível adversário
(situação que não existe na vida real, pois a urna eletrônica traz sempre os
nomes e as fotos dos candidatos a presidente e a vice, juntos).
. O confronto “seco” entre Dilma X Marina fica em 46% X 41%
(e não os 44% X 42% do cenário qualificado, quando são informados os nomes dos
candidatos a vice-presidente, quando a diferença cai para dois pontos
percentuais).
. No caso do embate “seco” Dilma X Eduardo Campos, esse
eventual segundo turno é amplamente favorável à petista: 55% X 23%, uma
diferença de 32 pontos. Mas o abismo se reduz a meros 9 pontos (como mostra o
quadro acima) quando Eduardo é apresentado tendo Marina Silva como candidata a
vice-presidente.
O que isso quer dizer? Que quando os eleitores são
informados da situação que pode existir de fato, com a aliança entre Eduardo
Campos e Marina Silva, um pode realmente ajudar o outro, pois eles se
transferem votos mutuamente.
CLIQUE AQUI para ler tudo (inclusive tabelas) e saber mais.
4 comentários:
Pesquisas são ajeitadas o tempo todo!
E no final do processo a esquerdalha ajeita a 'urna eletrônica' também.
Marina e os “socialistas” de Goiás:
A entrevista de Marina Silva à imprensa, que “expulsou” Ronaldo Caiado (na foto, à esquerda) do arco de alianças do PSB, desmontou bruscamente o trabalho que o próprio governador de Pernambuco vinha fazendo há meses para montar palanques fortes no Centro-Oeste.
Marina agiu premida pelos danos que a sua imagem vinha sofrendo ao ser associada a Caiado. É natural que ela se sentisse desconfortável e agisse para convencer o presidente do PSB a repensar a sua estratégia. A maneira como ela o fez, contudo, expulsando o aliado de Campos mediante entrevistas a imprensa, acabou dando à Caiado uma popularidade junto ao setor rural muito maior a que ele fazia jus.
Ronaldo Caiado pôde posar de vítima de uma traição e uma covardia políticas, ganhando a solidariedade de várias importantes organizações rurais, a começar pela poderosíssima Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A FPA é o principal grupo de pressão do Congresso Nacional, com 162 deputados e 11 senadores. A Frente também representa produtores médios e pequenos, cooperativas, associações e sindicatos rurais.
Os problemas não terminam por aí. O PSB goiano havia se aliado a Ronaldo Caiado com vistas a derrotar o PSDB local, liderado pelo governador Marconi Perillo. Várias personalidades não exatamente ligadas ao ambientalismo, como o ex-governador Alcides Rodrigues e o empresário Vanderlan Cardoso (na foto, no meio), filiaram-se recentemente ao PSB. Alcides, um latifundiário da região de Santa Helena, é amigo e aliado histórico do deputado federal Ronaldo Caiado, e filiou-se ao PSB uma semana antes da entrada de Marina.
Segundo o jornal Opção, “O ex-governador Alcides Rodrigues, dono de latifúndios no Sudoeste goiano e no Pará (não se sabe se é um dos desmatadores da Amazônia), ‘geriu’ Goiás por quatro anos e nove meses. Mas esqueceu de uma coisa prosaica: de administrar o Estado.”
Já Vanderlan Cardoso é um ricaço de Senador Canedo que caiu nas malhas da Polícia Federal porque, quando prefeito da cidade, teria investido quase R$ 60 milhões em títulos suspeitos de serem fraudados. Cardoso era, até dias atrás, o pré-candidato do PSB ao governo de Goiás. Vanderlan articulou a aliança com Caiado, de maneira que a bordoada que Marina aplicou no ruralista atingiu-o no meio da testa.
Campos perdeu este ano um importante quadro político e financiador de sua campanha no estado de Goiás, o Junior da Friboi, que migrou para o PMDB, após uma articulação do próprio ex-presidente Lula. Foi essa situação que levou o pragmático PSB a seduzir Alcides e Vanderlan, e a fechar aliança com Caiado. Objetivo: construir um palanque forte para Campos em Goiás. Com a atitude de Marina, o PSB goiano se encontra em crise.
Marina Silva, portanto, se quiser realmente ser coerente consigo mesma, ainda tem que dar muitas outras entrevistas sobre alianças e filiações do PSB goiano.
Resumindo: em nenhum cenário Eduardo Campos vai para o segundo turno, já nasceu morto.
E num segundo turno Dilma vence em qualquer cenário.
Polibio só não divulgaste esta parte da notícia:
"A notícia principal na pesquisa Datafolha realizada na sexta-feira (11.out.2013) é que Dilma Rousseff (PT) seria reeleita hoje no primeiro turno se os candidatos fossem apenas Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB)"
Resumindo: em nenhum cenário Eduardo Campos vai para o segundo turno, já nasceu morto.
E num segundo turno Dilma vence em qualquer cenário.
Polibio só não divulgaste esta parte da notícia:
"A notícia principal na pesquisa Datafolha realizada na sexta-feira (11.out.2013) é que Dilma Rousseff (PT) seria reeleita hoje no primeiro turno se os candidatos fossem apenas Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB)"
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