Artigo - Por que votarei sim no referendo de domingo em Porto Alegre


Artigo: Por que votarei sim no referendo de domingo em Porto Alegre.

Caros amigos,
Neste domingo, nós, porto-alegrenses, teremos a oportunidade de dar um salto de qualidade no já consagrado resgate da relação da cidade com o nosso Lago Guaíba, que acontecerá com a instalação do Pontal do Estaleiro. O amplo investimento privado de qualificação da área do antigo Estaleiro Só é ponto vencido, em pauta na administração municipal desde 2002, e não está em questionamento na consulta popular. O que está nas nossas mãos é a possibilidade de garantir que se pratique a solução urbanística mista (comercial e residencial) que os países desenvolvidos sabiamente adotaram há bastante tempo. E isso poderá acontecer aqui com o voto SIM ao uso residencial, transcendendo a abordagem emocional ao considerar argumentos racionais sobre o impacto na qualidade de vida.
Segurança é um dos pontos chave nessa discussão. Na canadense Montreal, por exemplo, a revitalização do centro da cidade se deu justamente pela exigência pública de construções mistas, com instalações comerciais até o 3º andar e, a partir deste, imóveis residenciais. Há movimentação permanente em locais até então ocupados apenas em horários comerciais, cinco dias por semana. E o impacto não fica restrito à circulação permanente. Tornar uma área residencialmente habitável desencadeia um inevitável aquecimento da economia local, com criação de novos empreendimentos de serviços, consequente geração de emprego e renda, e aprimoramento da infraestrutura do entorno, para dizer o mínimo.
Contra os questionamentos quanto ao equilíbrio ambiental da iniciativa, há falsos mitos sobre a proximidade das edificações em relação ao Guaíba. As construções do Pontal estarão entre 60 e 90 metros da orla, mais distante do que inúmeras construções existentes na Zona Sul. Como parâmetro, a Fundação Iberê Carmago, separada da orla por uma via, está distante somente 35 metros do Guaíba.
Permitir o uso residencial da área é uma decisão tão necessária quanto simples, se considerarmos os exemplos bem sucedidos da prática mista em bairros como Cidade Baixa, Moinhos de Vento, Bom Fim, Floresta, entre outros. Estamos na iminência de recuperar a interação da cidade com a orla, tão precária naquele local marginalizado desde a desativação do Estaleiro Só em 1995. A área está no meio de um conjunto de empreendimentos de valorização do entorno: a modernização do complexo Beira-Rio, a Fundação Iberê Carmago e o Barra Shopping Sul. É o que os técnicos em urbanismo chamam de centralidade emergente junto às orlas dos bairros Praia de Belas e Cristal.
Esse contato com o lago será devolvido à população em um nível do qual poucos têm a dimensão. Dos 60m² da área privada, apenas 10,9% serão ocupados por edificações, conforme o projeto. A maior parte do empreendimento será tomada por três áreas verdes instaladas ou recuperadas, uma marina pública, um píer de uso público para bares e restaurantes, um parque público com esplanada de lazer e ciclovia costeando o Guaíba e novo trecho de acesso à Zona Sul rente ao lago. Como se pode verificar, uma área que sempre foi de exploração privada terá agora a maior parte destinada ao uso PÚBLICO.
Assim, é preciso ter claro que o voto pelo não repercutirá em desestímulo a empreendedores que porventura planejem promover grandes investimentos como esse em Porto Alegre. Será o mesmo que dizer não ao desenvolvimento, à urbanização e à modernização da infraestrutura da Capital.
Em síntese, temos com o voto o poder de dar ainda mais qualidade e Inovação a esse projeto que vai devolver aos cidadãos um patrimônio público – o nosso Lago Guaíba. Por todos esses benefícios irrefutáveis, como cidadão, o meu voto será SIM.


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