Só para atender a demanda da nova planta de plástico verde da Braskem, o Rio Grande do Sul terá que ampliar dos atuais 2.095 hectares para 67.500 hectares a sua área de plantação de cana-de-açúcar, elevando a produção de 120 mil toneladas para 32,6 milhões de toneladas.
Ao mesmo tempo, as novas usinas terão que multiplicar por 45 a atual produção de 5,4 milhões de litros. O grupo Norobios já está no noroeste gaúcho, investindo pesadamente.
. Até a chegada do novo mapeamento agroecológico, beneficiando o RS, a cana de açúcar estava praticamente proibida no RS. Dos atuais 20 produtores brasileiros, o RS é o penúltimo colocado.
. O RS importa 99% de tudo que consome de álcool, inclusive para abastecer sua enorme frota de carros flex power.
. O cenário que se abre é de oportunidade, urgência e ganhos para o RS:
1) O caso ficará dramático dentro de dois anos, quando começará a operar a planta industrial de plástico verde da Braskem (início de 2011), que precisará de 450 milhões de litros para produzir 200 milhões de toneladas anuais de polipropileno. Este insumo virá todo de fora, de navio, até o terminal do Pólo Petroquímico de Triunfo.
2) O plantio de cana de açúcar não concorrerá com os grãos que garantem a agricultura estadual, como soja, milho, trigo e arroz. A cana irá para zonas, a região noroeste do RS (Missões e Fronteira Oeste) que há muito tempo precisam de reconversão agrícola, como São Luiz Gonzaga, onde já avançam os canaviais.
3) Os investimentos precisam ocorrer muito rapidamente, porque os canaviais começam a produzir 18 meses depois de plantados.
- A Braskem, ao investir R$ 450 milhões em Triunfo, não objetivou conquistar apenas a pole posicion na produção de plástico verde no mundo. É que o produto tem demanda certa. A nova planta teria compradores para o triplo do que fabricará. Além disto, o plástico verde garante-se um prêmio de 30% no mercado internacional. O plantio da cana de açúcar e a produção do álcool é do interesse da Braskem, porque o custo do frete consumirá 50% do valor terá que pagar por cada litro que comprará em São Paulo.
* Esta nota foi construída com dados alcançados pela Braskem, Emater, Agência de Desenvolvimento de São Borja, Enerbio, Unicamp e o diretor da Brasoja, Antonio Sartori, mais consultas aos anuários AgroBrasil, Anuário Brasileiro de Cana e Anuário Brasileiro de Agroenergia, todos do grupo Gazeta, Santa Cruz do Sul, RS.
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