O julgamento de Palocci

Clipping - Revista IstoE
20 de dezembro de 2008

A notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para fevereiro ou março o julgamento do deputado Antônio Palocci (PT-SP) caiu como uma ducha de água fria no Palácio do Planalto. Na comunidade jurídica de Brasília, a absolvição do ex-ministro é tida como líquida e certa e nas últimas semanas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha intensificando as consultas, iniciadas a partir de julho, com empresários, banqueiros e lideranças políticas. Elas dão a Lula a certeza de que Palocci é uma poderosa carta para ser jogada em 2010. Nessas conversas, o presidente se convenceu de que a acusação contra o ex-ministro de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa não abalou o prestígio dele junto aos formadores de opinião. O presidente percebeu que o parlamentar petista terá todo o apoio do empresariado se quiser retornar ao jogo político. E Lula tem projetos para Antônio Palocci.

O plano A do presidente é fazer de Palocci candidato ao governo de São Paulo. Lula revelou isso na primeira quinzena de setembro em uma conversa reservada no gabinete de Gilberto Carvalho. No encontro, o presidente disse que pretende trabalhar a fim de evitar que o seu sucessor, caso eleito, tenha de enfrentar, como ele em 2003, governadores da oposição nas principais capitais do País e incluiu o nome do ex-ministro no bate-papo: “O Palocci tem todas as condições de ser o nosso candidato para vencer em São Paulo. Essa é a minha idéia”, comunicou. Depois das eleições municipais e com a derrota de Marta Suplicy na capital paulista, o presidente voltou a tocar no assunto com um assessor. Na ocasião, avaliou que, para vencer no maior colégio eleitoral do País, Palocci é mais forte do que o senador Aloizio Mercadante e do que o prefeito eleito em São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.

O plano B é colocar Palocci na sucessão presidencial caso a candidatura da ministra Dilma Rousseff continue patinando. Essa possibilidade foi revelada por Lula em uma outra conversa, em novembro, com lideranças do PMDB, entre eles o senador José Sarney (AP), Renan Calheiros (AL) e Henrique Eduardo Alves (RN). Segundo relato de um dos participantes, Lula disse que Palocci “não pode ser considerado carta fora do baralho” na sucessão de 2010.

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