Clipping/ Jornal Folha de S.Paulo
17/10/2008
A VCP (Votorantim Celulose e Papel) anunciou ontem (16), em teleconferência com analistas, a suspensão definitiva da fusão com a Aracruz. O fechamento do negócio aconteceria no dia 6 de outubro, mas foi postergado devido aos problemas financeiros da Aracruz gerados por uma malsucedida operação financeira com derivativos cambiais, pela crise de crédito do mercado internacional e pela redução da demanda internacional por celulose, efeito que já começa a paralisar unidades no Brasil.
O setor de papel e celulose, muito exportador, era um dos que mais cresciam no país, mas os grandes prejuízos no terceiro trimestre de três das maiores empresas do setor (VCP, Aracruz e Klabin) mostram como a crise econômica global pode afetar fortemente o país.
A operação de fusão das duas companhias criaria a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, com domínio de 30% do mercado mundial. Era um dos maiores negócios do ano e envolvia a compra por R$ 2,7 bilhões da participação da Arapar, holding detentora de 28% da Aracruz.
VCP e Arainvest (esta controlada pelo grupo financeiro Safra) formariam uma nova companhia e promoveriam a fusão com as unidades de celulose do grupo Votorantim. A idéia era criar uma companhia com valor de R$ 30 bilhões e com sinergias de R$ 4,5 bilhões.
O cancelamento da operação, pelo menos por enquanto, gerou reações no mercado. As ações da VCP baixaram em 13,63% e os papéis da Aracruz recuaram 9,75% no pregão de ontem. As duas lideraram as baixas do Ibovespa. Em princípio, a VCP não desistirá da operação, mas apenas adiará o negócio. Por isso, a multa de R$ 1 bilhão prevista em caso de desistência não deverá ser cobrada pela Arapar.
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