Nasci em 1965, durante o regime militar. Cresci entre a disciplina e a censura, mas também entre o humor e a curiosidade. Cheguei aos vinte anos em meio às Diretas Já. Havia contestação, havia risco, mas havia riso. Ah, riso; a arma silenciosa contra a tirania e o absurdo, um bálsamo da vida. Chico Anísio e Jô Soares transformavam política em sátira cortante. Discordava-se, debatia-se, mas respeitava-se o outro. O adversário não era inimigo; era interlocutor. Não havia essa arma ideológica do identitarismo, nem a obsessão em dividir a sociedade em tribos. Olhar para o passado não é saudosismo — o saudosismo engana — mas compreender que existia espaço para pensamento crítico, humor e liberdade de expressão.
Hoje, prestes a completar sessenta anos, ouço o slogan oficial: “união e reconstrução”. Nada mais farsesco. O identitarismo virou motor político, nutrindo jovens com a ideia fixa de que são vítimas eternas. A mídia putrefata, que finge se preocupar com a extrema-direita, atua como caixa ...
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