Artigo, Astor Wartchow - Lula e o cisne negro

Hanna Arendt: 
Quando o mal se banaliza, perdemos a capacidade de indignação. 


A pretexto das dificuldades de fazer política “sem sujar as mãos”, ou no exercício da troca de favores para construir maiorias parlamentares, os governos e partidos têm realizado o “loteamento” de órgãos público-estatais.
                
Habitualmente, essa prática implica transgressões e negócios escusos, de modo que sempre reinou uma espécie de pacto do silêncio entre os negociadores, políticos ou não. Parafraseando o filósofo alemão Ludwig Wittgenstein, resulta que “o que não pode ser dito deve ser calado!”.            
                
Neste sentido, o agravamento das presentes investigações jurídico-policiais em torno de expressivas figuras públicas tem proporcionado uma série de reflexões com pretensões filosóficas.
                
Simpatizantes dos ora suspeitos e acusados preferem discutir não o núcleo das fraudes e desvios (roubo!) de dinheiro público, e das estranhas e generalizadas benfeitorias realizadas por empreiteiras, mas, sim, se são legítimas as delações e as próprias investigações.
                
Estes surpreendentes esforços retóricos de proteger pessoas e negócios suspeitos, inclusive desmerecendo o trabalho jurídico-policial, será a banalização do mal, enunciada pela filósofa Hanna Arendt? Lembra: “quando o mal se banaliza, perdemos a capacidade de indignação”!

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5 comentários:

Anônimo disse...

É o que sobrou para a canalha. Tacitamente, admitem que roubaram. O que discutem é se as provas são válidas ou não.

Anônimo disse...

Poderíamos fazer um contraponto em relação ao "mal" da criminalidade urbana que tomou conta do país. A sociedade não fica mais indignada, está indolente, como se estivesse abatida, sem esperanças. Observem que quando um traficante morre, é decretado luto oficial nos bairros (os pequenos comerciantes são obrigados a fechar seus estabelecimentos e as pessoas ficam sob um "toque de recolher" imposto pelos traficantes); ato contínuo retaliações são feitas em ônibus e pneus são queimados e ruas e vielas são interditadas. Ou seja, essa pessoas marginalizadas protestam e se mobilizam, já as "pessoas de bem", ficam em casa recolhidas. Daí uma contradição: porque o governo federal mobiliza as forças armadas para combater o mosquito "aedes" e não mobiliza essas mesmas tropas para combater os criminosos que também assolam todo o país?

Anônimo disse...

Quando se chega a este ponto de falta de vergonha sem uma reação forte da cidadania fica a pergunta, com quem esses ladrões ainda governam? Uma pequena pista fica por conta dos funcionários públicos federais ( e outros) que estão vendo BB, CEF, Petrobrás, Correios,etc serem esfacelados, inclusive sua previdência, mas preferem não dividir a dor com o restante dos brasileiros já que estão com salário e gratificações em dia e com a garantia dos empregos( e do seu futuro).Já os aposentados do INSS se contentam com qualquer migalha.

Anônimo disse...

Pergunta ao articulista: Qual o Partido de Presidente, Governador e Prefeito que fez bancada suficiente para ter maioria? Sendo assim, para obter maioria nas respectivas casa o Poder Executivo se obriga a oferecer Ministérios, Secretarias, CCs, enfim.... Mas quem indica os representantes que vão ocupar esses cargos são os partidos que passam a fazer parte da base aliada do governo. Não é assim que o Governo do Estado do RS governa também? Para ter maioria na assembleia teve que distribuir Secretarias e CCs em geral para o PP, PDT e outros partidos, se não fizesse isso não aprovava nenhum projeto de seu interesse na Assembléia Legislativa, como por exemplo aumento do ICMS, ou não é verdade?

Roberto disse...

Como sempre brilhante nas suas colocações. Parabéns, Astor! Infelizmente somos o país da banalização. Dois exemplos: privilégios para determinadas categorias do serviço público e descaso com a segurança pública!

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