Alexandre Rodrigues, no Valor Econômico
Quando pesquisava para seu livro “O Poder do Hábito”, o
escritor americano Charles Durhigg deparou com uma prática a princípio
inexplicável das empresas de cartões de crédito dos Estados Unidos. Sempre que
descobrem, comparando dados pessoais, prática permitida no mercado americano,
que um de seus clientes se divorciou, as empresas cortam seu limite de crédito.
A redução é ainda mais radical caso o cliente seja do sexo masculino,
diminuindo o limite pela metade. A explicação: analisando o histórico de
crédito de recém-separados, matemáticos a serviço dessas empresas cruzaram os
dados e notaram que não muito tempo depois de mudar seu status de
relacionamento para “solteiro” no Facebook os homens, principalmente, começam a
ter problemas para pagar suas dívidas.
À primeira vista, pode parecer um exagero – além de uma
intromissão indevida na vida dos clientes -, mas um estudo recente conduzido
pelos departamentos de psicologia das Universidades de Harvard e Columbia, nos
Estados Unidos, mostrou que há uma lógica emocional por trás dessa situação:
estar triste pode ter um custo financeiro.
“Uma pessoa triste não é necessariamente uma pessoa sábia
quando se tratam das escolhas financeiras”, afirma Ye Li, professor da
Universidade Riverside, na Califórnia, que participou do estudo como
pós-doutorando do Centro de Ciências da Decisão de Columbia. “Descobrimos que
as pessoas tristes são mais impacientes e frequentemente irracionais.”
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- A ilustração é “Crying Girl”, de Roy Lichtenstein
Um comentário:
Mais uma daquelas "descobertas" que você fica pensando: é, até a obviedade estão descobrindo...
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