- Nesta sexta-feira, o editor replicou aviso do Itaú para seus clientes
corporativos, inscrito na sua página na Internet, comunicando reajuste de
tarifas. O governo forçou a queda dos juros nos bancos e eles reagem com aumento
de tarifas, compensando perdas. Neste momento, o governo corre atrás dos
prejuízos, mas parece sem instrumentos e sem força para mudar o novo cenário. Os
bancos e administradoras de cartões de crédito também já avisaram que farão seus
clientes corporativos pagarem a conta em caso de mudanças.
* Clipping
Estadão
O material é de Renata Veríssimo e Adriana Fernandes, da Agência
Estado
BRASÍLIA - A informação apontada pelo Estado de que os bancos
elevaram suas tarifas máximas cobradas sobre produtos e serviços incomodaram a
presidente Dilma Rousseff e desencadearam uma nova ofensiva no governo para
reverter este movimento. Após forçar a queda dos juros dos financiamentos e as
taxas de administração dos fundos de investimento usando os bancos públicos, a
mesma estratégia será usada para levar os concorrentes privados a reverem suas
tarifas.
A ação é para evitar que os bancos compensem a perda de receitas
gerada com a queda dos juros dos empréstimos aumentando as tarifas. O Banco do
Brasil foi o primeiro a receber ordens do ministro da Fazenda, Guido Mantega,
para baixar o preço de sete tarifas que foram reajustadas no início do ano e que
estão acima das praticadas pelas instituições financeiras privadas.
O BB
foi o segundo banco de varejo que mais fez reajustes desde janeiro, atrás apenas
do Bradesco. De 42 tarifas, oito delas aumentaram e uma diminuiu.
O
governo vem acompanhado o valor das tarifas desde abril, quando os bancos deram
sinais de que poderiam usar os preços dos serviços para compensar as perdas
geradas pela redução das taxas de juros. As notícias desta semana acenderam uma
luz amarela e fizeram com que o governo voltasse a agir.
Cartão de
crédito
Os técnicos também buscam formas de reduzir a taxa que as
administradoras de cartão de crédito cobram dos lojistas. O Estado informou em
sua edição desta sexta-feira que Dilma havia orientado a equipe econômica a
analisar o assunto. Ainda não há uma estratégia definida.
O ponto de
partida, especulam, pode ser a administradora Elo, uma associação entre Banco do
Brasil, Bradesco e Caixa. A exemplo do que foi feito com juros, ela poderia
cortar as taxas e forçar a concorrência a seguir o movimento. No momento, porém,
não há nenhuma decisão nesse sentido.
Também estão em discussão os juros
cobrados pelos cartões de crédito. A equipe econômica discute com os bancos a
estrutura de custos das administradoras e admite que a solução não é simples. O
governo não quer o fim dos parcelamentos sem juros para não correr o risco de
desaquecer o consumo e atrapalhar a retomada mais forte do crescimento da
economia.
Outra medida seria a de aumentar o limite mínimo que o
consumidor é obrigado a pagar do total da sua fatura. O presidente do Banco
Central, Alexandre Tombini, já manifestou o desejo de ver o pagamento mínimo
ampliado, mas admitiu ser uma medida difícil de ser implementada sem prejudicar
as pessoas que estão no crédito rotativo. Alguns bancos argumentam que os
parcelamentos sem juros acabam elevando o custo do crédito para quem está no
rotativo porque são um risco sem qualquer tipo de cobertura. (Colaborou João
Vllaverde).
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