O Brasil pode ter comprado uma guerra com a decisão de elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. Diplomatas da China, Coreia do Sul, Europa, Japão e Estados Unidos afirmam que já estão estudando as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e que podem até mesmo se unir em uma denúncia coletiva contra o governo brasileiro se ficar provado que suas indústrias serão severamente afetadas.
. Na quinta-feira, o governo anunciou a elevação em 30 pontos porcentuais do IPI de automóveis e caminhões para as montadores que não cumprirem os requisitos estabelecidos pelo governo: a utilização de no mínimo 65% de conteúdo nacional ou regional (Mercosul) e investimento em pesquisa e desenvolvimento.
. É quase unânime entre os especialistas a visão de que a medida viola o Acordo Geral de Tarifas de Comércio (Gatt) e o Acordo de Medidas Relativas ao Comércio (Trims).
A decisão brasileira tomou de surpresa diversos governos. Em Bruxelas, a União Europeia lembrou que um acordo de livre comércio com o Mercosul está sendo negociado. O setor automotivo é um dos pilares do tratado e, sem maior acesso das empresas europeias ao mercado brasileiro, não haveria acordo.
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