Diretor da revista confirma que Palocci passou "Dossiê Francenildo" para Época

Então ministro da Fazenda, Antonio Palocci passou pessoalmente para a revista Época os dados das contas bancárias do caseiro Francenildo dos Santos. Os dados mostravam que ele recebera uma quantia, R$ 30 mil, depois da denúncia que fizera, dizendo que Palocci frequentava uma casa onde ocorria lobby e acorriam garotas de programa.

. A informação, que confirma que foi o próprio ministro a fonte da matéria, foi dada pelo jornalista Paulo Nogueira, em seu blog Diário do Centro do Mundo. Na ocasião da publicação da matéria, Paulo Nogueira, que hoje vive em Londres, na Inglaterra, era o diretor editorial da Editora Globo, responsável pela publicação de Época e outras revistas. Segundo ele conta em seu blog, Palocci procurou diretamente a cúpula da editora e entregou os dados bancários de Francenildo. "Foi Palocci, sim, quem passou o 'Dossiê Caseiro'”, escreve Paulo Nogueira em seu blog. (Foto: Google images).

De Londres, o jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor das Organizações Globo, que foi responsável por todas as revistas do grupo, acaba de conceder uma entrevista telefônica ao Brasil 247. Ele conta como foi a operação, pilotada pelo ex-ministro Antonio Palocci, para desqualificar o caseiro Francenildo Costa em 2006. Leia:


Brasil 247 – Como chegou à redação da Época o dossiê Francenildo?
PAULO NOGUEIRA – O assunto foi levado diretamente pelo ministro Palocci à cúpula das Organizações Globo.


247 – Quando você diz cúpula, a quem se refere? Ao Ali Kamel, o diretor de jornalismo?
NOGUEIRA – Não, o Ali Kamel respondia pela televisão. Eu me refiro aos acionistas.


247 – À família Marinho, portanto.
NOGUEIRA – Isso.

247 – E qual foi a motivação?
NOGUEIRA – Estávamos todos naquela briga das semanais, competindo pelo furo da semana. Só depois ficou claro que a revista Época foi usada como instrumento do ministro Palocci.
247 – Mas, quando surgiu também um crime, uma quebra de sigilo bancário de um indivíduo pelo Estado, você não pensou em abrir uma discussão sobre quebrar o sigilo da fonte e revelar que o ministro Palocci estava por trás de tudo?
NOGUEIRA – Aquilo seria um constrangimento para todos nós, e para a própria revista. E em qualquer empresa existem limitações. Além do mais, tem a vida que segue, a semana seguinte, o projeto de uma nova revista...


247 – Mas por que só agora você decidiu trazer este caso a público?
NOGUEIRA – Uma indignação, o desejo de que meus filhos vivam num país melhor. Tem um conceito do George Orwell que eu admiro muito: decência básica. Só isso. E agora, aqui em Londres, num período sabático, tenho mais liberdade. A história brasileira precisa ser escrita com correção. E fato é: o dossiê Francenildo foi levado à cúpula da Globo pelo ministro Palocci.


CLIQUE aqui para ler a nota do jornalista Paulo Nogueira, em seu Blog.

3 comentários:

Mordaz disse...

Pois o silêncio do jornalista custou caro a nação pela continuidade do crime deste partido do mal. Impressionante que ficou tudo apenas entre o ministro ter mandado verificar os dados do caseiro e não ao essencial, que era as maracutaias que se faziam na casa. Ele apenas passou a operar pessoalmente o tráfico de influência. Como fez Waldomiro Diniz, Diógenes de Oliveira, José Dirceu, Erenice Guerra, uma quadrilha especializada.

Anônimo disse...

que coisa esta gentalha, e tem gente que ainda acredita ,,,,,,,,,,,

Aquiles disse...

Em um pais de humanois civilizados, seria mais do que suficiente para impeachment.

Mas em um antro de botocudos ignorantes como o Brasil bananeiro, é só mais uma dor de cabeça momentânea para os autores do crime.

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