Indústria gaúcha registra pior queda da história

A crise mundial e seus reflexos internos (a economia brasileira está em plena recessão) produziram devastadora crise na indústria do RS, que no primeiro quadrimestre deste ano registrou a maior queda da sua história, recuando 14,6% em comparação com igual período do ano passado. Em abril, a queda foi ainda pior, alcançando 15%.

. São números terríveis:

1) A indústria gaúcha vai pior do que o conjunto da economia gaúcha, que aposta em pequeno crescimento este ano.
2) e vai pior do que o conjunto da indústria brasileira, que recuou 3,9% no trimestre e apenas 1% em abril.
3) No acumulado do ano, a indústria gaúcha apurou uma perda de 32 mil trabalhadores. A capacidade instalada das indústrias gaúchas caiu de 88,1% para 78,1%. O nível de ociosidade aumentou muito.

. A Fiergs nem tentou minimizar o desastre nesta segunda-feira ao avisar que o segundo semestre virá igualmente azedo. A Fiergs não disse o que está fazendo ou revindicando para melhorar o cenário, porque neste caso teria que criticar o governo Lula.

. A queda deve-se sobretudo aos maus resultados obtidos pelas indústrias ligadas ao setor exportador. Foram justamente as indústrias exportadoras que registraram o pior desempenho, com queda de 22,6% no período. O RS não é exceção nacional. Em abril, o superávit da balança diminuiu 34,2%.

. Os 14,6% apareceram quando a Fiergs tabulou seu Índice de Desempenho Industrial, revelado nesta segunda-feira.

. Os números e qualidade dos números, demonstram que a devastação não acabou, não foi contida e continuará durante todo o segundo semestre. A análise não é do editor, mas da própria Fiergs.

. De 17 diferentes atividades industriais analisadas no quadrimestre, 16 apontaram queda. As maiores perdas foram em Metalurgia Básica (-26,3%), Fumo (-25,5%), Produtos de Metal (-25,9%), Químicos (-22,4%), Máquinas e Equipamentos (-21,8%), Couros e Calçados (-8,1%) e Alimentos e Bebidas (-7,1%). Apenas a área Têxtil obteve elevação de 1,4%.. Todas as variáveis analisadas registraram retração expressiva no acumulado do ano. Aquelas que se referem à atividade produtiva foram as mais afetadas: faturamento (-17%), compras (-31,5%), horas trabalhadas na produção (-13,3%) e utilização da capacidade instalada (-9,7%). A desaceleração na indústria também atingiu o mercado de trabalho. Os indicadores que apontam seu comportamento mostraram quedas. A massa salarial e o emprego caíram 6,7% e 4,9%, respectivamente.

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