NOTA DO MJDH SOBRE
A VISITA DO PRESIDENTE DO IRÃ
O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) repudia a decisão do Governo Lula de receber no Brasil, no dia 6 de maio próximo, o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ajmadinejad. Em manifestação na Conferência contra o Racismo, realizada em Genebra, dia 20 de abril, o presidente do Irã, país onde se viola sistematicamente os direitos humanos – com enforcamentos e açoites - aproveitou-se da oportunidade para destilar ódio antissemita. 40 representantes de países na Conferência contra o Racismo deixaram o salão no qual Ajmadinejad proferia seu discurso, em atitude de repulsa ao conteúdo xenófobo da manifestação que desrespeitou a comunidade internacional. É de se lembrar que, no mesmo dia, eram lembradas as vítimas do Holocausto.
Diante de seu virulento antissemitismo, que descamba para a negação do Holocausto, o MJDH considera a vinda do presidente iraniano ao Brasil uma agressão aos princípios da convivência pacífica entre os povos. Para o governo do Brasil, era imperioso, depois do que se observou em Genebra, desconvidar esse propagador do ódio, que representa um estado onde o homossexualismo é crime capital e mulheres, a partir da idade de nove anos, podem ser inculpadas de crimes como adultério, passível de punição por enforcamento em praça pública.
O regime iraniano é um dos mais tirânicos do planeta. É o segundo país do mundo, atrás apenas da China, em que se aplica a pena de morte. O caso de Delara Darabi, de 21 anos, prestes a ser executada, é apenas mais um exemplo do desrespeito à vida naquele país. Delara, na prisão há seis anos, foi condenada à morte por enforcamento por suposto homicídio, quando tinha 16 anos.
Numa época em que se constata o crescimento do ódio aos judeus em todo mundo e que a negação do Holocausto atinge níveis preocupantes, é infamante, para os brasileiros, a decisão do governo Lula, de manter o convite a Ahmadinejad para visitar nosso país.
O MJDH, ao longo de sua história, vem denunciando a negação do Holocausto por propagandistas do neonazismo e atuou com firmeza, nos anos 90, para que Siegfried Ellwanger, o maior desses propagandistas no Brasil, fosse condenado à prisão. A decisão governamental, grave e injustificável, de manter o convite a Ahmadinejad, em que pese ao que todos assistiram em Genebra, não pode ser interpretada senão como complacência diante do antissemitismo e da violação contumaz dos direitos humanos.
Porto Alegre, 28 de abril de 2009
Movimento de Justiça e Direitos Humanos
2 comentários:
Quem não se constrange em avalizar por omissão a presença destes elementos "avessos" a doutrina dos Direitos Humanos é a Comissão de Direitos Humanos do Senado - presidida pelo senador Paulo Paim que por ocasião da visita do Ditador Raul Castro ao Brasil, prestou-se a um silêncio obsequioso e vergonhoso!
As comissões de direitos humanos das OAB's de todo o Brasil não vão se manifestar ??? Pelo menos as que não estão aparelhadas pelo PT ??
Postar um comentário