Chegou a hora de restabelecer o império da lei

A reportagem de capa da revista Veja deste final de semana é devastadora. A revista escolheu um título exemplar: “Sem Limites”. A reportagem expõe com crueza invulgar os atos criminosos desenvolvidos pelo delegado Protógenes Queiroz e seus parceiros dentro e fora da Polícia Federal e da Abin. O delegado foi o chefe da investigação da Operação Satiagraha. Ele usou em vão o nome do presidente Lula, bisbilhotou a vida do ex-ministro Zé Dirceu, a quem tratava como Zeca Diabo, mas além disto devassou a intimidade da família do próprio Lula, grampeou os telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal, perseguiu advogados e fotografou a ministra Dilma Roussef nos seus encontros amorosos em Brasília. Tudo isto está na reportagem de capa de Veja, que reproduziu documentos oficiais da própria Polícia Federal.

. Cabe ao Legislativo, ao Judiciário e ao Executivo, restabelecerem o império da lei no Brasil. Se não fizerem isto, só restará ao povo ordeiro o apelo às armas.

. A democracia brasileira corre grave risco. Ela está sendo emasculada por um governo que transige diariamente com os bandidos.

. O que ocorre neste momento é a desordem institucional, onde homens comuns, como Stédile, ou agentes públicos, como Protógenes, agridem a lei e a ordem, sem limites. Num ambiente deste tipo, ninguém pode se sentir seguro. Isto inclui o cidadão comum e a mais alta autoridade.

. Apenas delinqüentes políticos ou não, conseguem sobreviver neste tipo de sociedade corrompida – até que estabeleçam a nova ordem criminosa. Este tipo de gente, uma lista que inclui Protógenes, Luciana e Pol Pot, considera que usar meios ilegais, imorais e anti-éticos para alcançar determinado fim, são aceitáveis, desde que estejam em jogo o que eles consideram os melhores interesses do povo. O comunismo e o nazi-fascimo, provaram a que extremos este tipo de pensamento e de ação criminosos pode conduzir ao desastre os destinos de uma sociedade, de um País ou do mundo. Um dos personagens mais investigados pelo delegado da Polícia Federal foi o ex-ministro José Dirceu, que ontem disse em Porto Alegre que temeu ser preso por Protógenes Queiroz.


. O material clandestino – 63 fotografias, 932 arquivos de áudio, 26 arquivos de vídeo e 439 documentos em texto – foi apreendido em novembro do ano passado pela Polícia Federal e estava armazenado em um computador portátil e em um pen drive guardado no apartamento do delegado no Rio de Janeiro.

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