Governo mete a mão nas reservas para financiar exportações

Depois de ter aberto as comportas dos pesados depósitos compulsórios para irrigar os bancos com dinheiro para emprestar e com isto avivar o consumo e a produção, o Banco Central voltou a agir e desta vez anunciou que na segunda-feira leiloará US$ 2 bilhões das suas reservas para que os bancos financiem as exportações. Émuito pouco dinheiro para o volume necessário, mas é um bom começo e demonstra ação.

. Um dos pilares da economia brasileira são as exportações e está faltando dinheiro para financiar as empresas que querem vender ao exterior. Nos últimos 10 dias, os bancos cortaram a metade do dinheiro que concediam para financiar as exportações.

. O governo dá demonstrações de que está atento e decidido, mas vai operando de maneira conjuntural, portanto de acordo com a evolução dos acontecimentos, porque o que ocorre de verdade na economia real, nos fronts externo e interno, não estão sob o seu controle.

. Nesta sexta-feira, os mercados pareceram menos tensos, embora nos EUA e no Brasil as bolsas tenham operado em queda (São Paulo, menos 0,12%; Nova Iorque, menos 1,42%).

OPINIÃO DO LEITOR

Li que Roberto Freire, ontem, em Curitiba, criticou o fato de que a Globo ouve apenas LULLA sobre a crise econômica.
Tem toda razão Roberto Freire, pois alguns sintomas nacionais já vinham sendo sentidos e não se falava sobre eles. Da mesma forma, os impactos de uma crise internacional, também estavam sinalizados e, por aqui, só se arrotava grandeza ("o Brasil está imune", "para o Brasil isso será uma marolinha", "isso é um problema dos países ricos", etc). Agora, num prazo de poucos dias, já há indícios de dispensas de empregados em alguns setores produtivos, os negócios de outros segmentos já indicam quedas substanciais, também passam a preocupar o retorno da inflação, a desvalorização do real frente às moedas internacionais, a restrição de compra a produtos importados, dentre outras.O próprio Governo que previa um PIB de 4,5% para 2009, já se dá por satisfeito com 2,5% e olha que é ele falando! Se considerarmos a ordem de grandeza, normal em políticos, podemos levar em conta um PIB bem menor do que 2,5%.Mas, acima de tudo, o que deve preocupar é a questão estrutural da economia brasileira, marcada nos últimos 5 anos, por uma festança generalizada que elevou os gastos governamentais a números nunca antes alcançados, caracterizados por uma nababesca vida em palácios governamentais, inchamento da máquina pública, início de programas populistas, execução de projetos eleitoreiros muitos custosos e sem contextualização, discricionária concessão de bolsas-família, sem preocupação com a garantia da base laboral, etc. Enfim, é necessário que alguém da imprensa responsável, levante essas questões, avalie as suas correlações com a crise que ocorre e, finalmente, trace responsabilidades, pois alguém, hoje ou amanhã, deverá ser onerado por essa festança.
Certamente a Globo não o fará.
Benhur Antonio Bacega
bbacega@compubras.com.br
Foz do Iguaçu PR

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