O encolhimento da indústria brasileira virou arma comum nas campanhas de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Folha de S.Paulo, Bernardo de Mello Franco, escrevem na Folha de S. Paulo que os dois pré-candidatos da oposição ao Planalto passaram a repetir, nas últimas semanas, que o país passa por um processo grave de desindustrialização e "voltou aos anos 50" no setor.Eles dizem que o peso da indústria no PIB (Produto Interno Bruto) recuou ao menor patamar desde o salto iniciado em 1955, quando o presidente Juscelino Kubitschek tomou posse. Leia tudo:

"O Brasil vive um processo grave de desindustrialização. Voltamos a ser aquilo que éramos na década de 1950", disse Aécio em visita à Firjan (federação das indústrias do Rio) no último dia 14.
No dia seguinte, e na mesma cidade, Campos bateu na mesma tecla em visita a uma universidade particular.

. "A indústria brasileira de transformação chegou em 2013 ao mesmo patamar que ela tinha no PIB antes do governo JK, em 1955. Nós não podemos imaginar que o país pode se segurar só no setor primário ou no setor de serviços", afirmou.

. Em palestras a empresários e estudantes, Campos tem exibido um gráfico com os números que mostram a curva da desindustrialização.De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, o peso do setor no PIB caiu para 24,9% no ano passado, o pior resultado desde o início da série histórica, em 1947.A fatia da indústria de transformação também bateu recorde negativo de 13%, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

. O Ministério do Desenvolvimento, responsável pela política industrial do governo, não quis comentar as críticas dos pré-candidatos.O ex-ministro Fernando Pimentel (PT), que deixou o cargo para disputar o governo de Minas, disse não haver desindustrialização no país."Só posso atribuir as críticas à disputa eleitoral, já que elas não têm relação com a realidade", disse, em nota.Representantes do setor produtivo pensam o contrário. A CNI se diz preocupada com a queda da participação da indústria na economia.A entidade afirma que houve mudança no perfil da demanda, com o crescimento do setor de serviços, mas reclama de falta de eficiência e perda de competitividade."Vivemos num cenário hostil ao ambiente de negócios. O investimento em infraestrutura e logística cresce em ritmo muito inferior ao necessário", disse o diretor de políticas e estratégia da CNI, José Augusto Fernandes."O governo atual relutou muito em assumir a importância das concessões de rodovias, por exemplo. Queremos que os candidatos se comprometam com a reforma tributária e com uma agenda de competitividade", afirmou.A queda da participação da indústria na economia já foi tema da eleição de 2010, quando José Serra (PSDB) acusava o governo Lula de fazer uma "política de desindustrialização". Ele foi derrotado por Dilma no 2º turno.

4 comentários:

Unknown disse...

EDITOR, HOJE, DIA NUBLADO E BOM PRA REFLEXAO, PENSEI EU COM MEUS BOTOES: porque sera que ninguem lanca o movimento VOLTA FHC? Vc poderia, ja que e especialista e analista e jornaleiro, explicar para os seguidores. O que vc acha desta ideia, editor?

Anônimo disse...

Campos diz que seus projetos não combinam com os de Aécio:

De O Estado de S.Paulo

Dois dias depois da declaração do tucano Aécio Neves de que ele e o socialista Eduardo Campos estarão juntos em 2015, o candidato do PSB à presidência da República procurou marcar as diferenças entre os dois adversários da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro.

"Temos projetos distintos, com bases política e social distintas. Isso não impede que tenhamos capacidade de ver o que nos une. Mas oferecemos caminhos diferentes. Eu assumi o compromisso de não retirar nenhum direito do trabalhador, considero a idade penal cláusula pétrea da Constituição Federal.

Anônimo disse...

Campos faz crítica tímida a Aécio. Marina quer mais
Edição 247/Fotos: Gustavo Rampini:

Com menos da metade das intenções de votos de Aécio Neves, Eduardo Campos vem sendo pressionado por aliados, especialmente por Marina Silva, a quebrar o pacto de não agressão com o tucano; neste domingo, ele pontuou a primeira diferença, mas sem bater; "temos diferenças, tanto que somos de partidos diferentes"; será que isso basta para chegar ao segundo turno?; desempenho no Fórum de Comandatuba, marcado pela ironia de Aécio, que disse não o ver como adversário, contribui para mudança de rumo

O Fórum Empresarial de Comandatuba foi o elemento que faltava para o candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, fazer suas primeiras críticas ao adversário do PSDB, Aécio Neves. Ambos firmaram, no ano passado, um pacto de não agressão, mas a aliança dos socialistas com a ex-ministra Marina Silva, do grupamento Rede, vai colocando essa estratégia cada vez mais em xeque. Encerrado neste domingo 4, o evento organizado pelo empresário João Doria Jr., presidente do LIDE, teve no debate, na sexta-feira 2, entre os dois candidatos, o seu ponto alto. "Sinceramente, ouvindo o Eduardo falar, não o vejo como adversário", afirmou Aécio, assim que iniciou sua exposição, feita após a de Campos. "Vamos vencer e certamente estaremos juntos a partir do ano que vem", anunciou o presidente do PSB.

Campos e Marina não acharam graça do volteio de Aécio. No salão lotado pelos empresários e suas mulheres, eles foram os únicos que não aplaudiram o senador mineiro ao final da exposição. Os dois e mais o governador da Bahia, Jaques Wagner, sentado ao lado do ex-governador de Pernambuco na mesa do evento. Apesar da ausência de aplausos – e com Marina com expressão fechada, face explícita de poucos amigos ali -, Campos se manteve alinhado, na fase de perguntas e respostas, ao seu compromisso de não atacar Aécio.

Ao cabo do debate, por sugestão do empresário João Doria Jr., presidente do LIDE, organizador do evento, os presidenciáveis posaram para fotos com uma bandeira do Brasil, cada um segurando-a pelas pontas.

Neste domingo 4, porém, Campos fez suas primeiras críticas públicas com mais ênfase na direção de Aécio. O motivo é simples. O tucano está crescendo nas pesquisas com mais velocidade do que Campos. Neste ritmo, já alcançou em ao menos um levantamento, um nível de intenções de voto para levá-lo ao segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff. Campos e Marina crescem, mas a distância para Aécio, que só deverá escolher seu vice em junho, cresce.

Para mudança de discurso de Campos, que deve acentuar seu distanciamento de Aécio nos próximos dias, contribuiu decisivamente a postura de Marina. Ela não tem aceitado alianças com os tucanos nos planos estaduais – e já defende o nome do ex-deputado federal Walter Feldman, seu correligionário de primeira hora, para concorrer ao cargo de governador em São Paulo. Ex-fundador do PSDB, Feldmann foi atacado em sua saída do partido. Ele resolveu devolver seu mandato à legenda no momento em que entrou para o PSB, vindo da articulação para a organização do Rede, com Marina:

- Ela é muito especial, trouxe a sinceridade de volta para a política brasileira, define Feldman, amigo e admirador da ex-ministra.

No Fórum de Comandatuba, a conclusão geral foi a de que Campos fica mais tímido diante da presença de Marina. Na verdade, a timidez pode ter sido provocada, muito mais, pela decisão de não fazer frente a Aécio, o que fez de Campos, ali, quase que um representante de uma linha auxiliar do PSDB. Isso vai mudar - ou melhor, já está mudando.

Anônimo disse...

O empresariado tem grande parcela de culpa nessa desindustrialização nacional, porque se eles não quisessem o governo do atraso petista não estaria aí já a 12 anos! Grandes empresários foram coniventes e parceiros do governo nesse encolhimento -tipo Jorge Gerdau - buscando a hegemonia no mercado. Colam no governo que tem uma visão social/comunista do mercado para assim obterem vantagens em detrimento da livre concorrência.

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