Por Marli Gonçalves
Corrupção, pouco caso, impunidade, leis não cumpridas,
falta de ordem, de fiscalização, distribuição de propinas, cegueira
generalizada, bandidos elegendo bandidos, fortes esmagando vozes, volta
triunfante dos enxotados. Aqueles corpos estendidos no chão, queimados sem
vela, envenenados em meio à alegria, e a simples menção da cena das centenas de
celulares tocando em seus bolsos, procurados que eram naquela madrugada por
quem pressentia que não mais os veria ou ouviria, não são coisa para se
esquecer. E , assim como os sobreviventes e os feridos que ainda conseguirem
escapar, lembrarão da terrível noite de Santa Maria para sempre, o resto de
seus dias - inclusive porque certamente ainda sofrerão suas consequências - nós
também não devíamos esquecer.
Mas esquecemos sempre, e sempre, como se nunca
aprendêssemos nem com os nossos erros nem com os erros dos outros. Chega o Carnaval
no país do próprio. Salões inseguros novamente estarão cheios de palhaços e
colombinas com dedinhos para cima jogando álcool para dentro de si próprios,
insanos, dormentes, banalizados e totalmente bananizados.
A serpentina, o confete, a música das bandas e trios
elétricos, as piadas sem graça das musiquinhas axé-quentes-sensualizantes já
transborda no país que esquece.
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Um comentário:
brasileiro há muito tempo não tem mais cérebro.
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