Lula inaugura pedra fundamental e entrega obras aos pedaços

Este artigo do jornalista Augusto Nunes expõe cruelmente, mais uma vez, os factóides produzidos pelo governo Lula, do PT, que chega ao ponto de inaugurar até pedra fundamental, como foi o caso da cerimônia realizada em Itaboraí, Rio, na área onde poderá sair o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro. No RS, o editor já demonstrou várias vezes que das 20 principais obras anunciadas pelo PAC, numa só foi realizada até agora e 1/3 delas sequer saíram do papel. Trata-se de uma empulhação política com claro viés eleitoreiro.
LEIA o artigo de hoje do blog de Nunes em www.veja.com.br

Lula entrega obra aos pedaços e Sérgio Cabral inaugura dialeto
5 de março de 2010

Em 2006, o presidente Lula inaugurou a pedra fundamental do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, o Comperj. A plateia do comício em Itaboraí teve de aplaudir uma promessa. Em 2008, agora escoltado por Dilma Rousseff e pelo governador Sérgio Cabral, o chefe sempre em campanha voltou à cidade fluminense para inaugurar, hasteado sobre um trator, o início dos serviços de terraplenagem. A plateia teve de aplaudir uma miragem. Nesta segunda-feira, mais uma vez, Itaboraí poderá ver de perto Lula, Dilma e Cabral. A obra continua invisível. Só se tornará palpável ─ se tudo der certo ─ em meados de 2012, com a entrada em funcionamento de uma refinaria de petróleo.
Na terceira visita em menos de quatro anos, segundo a programação oficial, Lula vai trocar a inauguração do nada pela assinatura de ”contratos para implementação da unidade de destilação do complexo”. A plateia será convidada a aplaudir um punhado de papéis ─ e a reverenciar o talento administrativo da Mãe do PAC. “Este Comperj aqui tem a rubrica da presidente Dilma”, disse em 2008 o padrinho da candidata. A fantasia reafirma que o PAC, examinado com atenção, não é um conjunto de obras. É uma sequência de comícios.
Talvez pelo entusiasmo com que o governador Cabral festeja o bom andamento de cronogramas que ignoram os prazos combinados, Lula fez do Rio o cenário preferido para inaugurações extravagantes. Também na segunda-feira, por exemplo, serão entregues aos moradores da Favela da Rocinha as obras incluídas há dois anos entre as prioridades do PAC. Mas a coisa virá aos pedaços. A turma da Rocinha terá de conformar-se com a primeira fatia, que representa um quarto do total. O resto fica para depois.
Lula vai discursar com o mesmo entusiasmo, Sérgio Cabral vai esbanjar animação. Ele sempre fica eufórico quando encontra Dilma Rousseff. No Carnaval, a alegria foi tanta que, para exprimi-la, inaugurou um dialeto mais complicado que letra de samba-enredo. Se a festança esquentar, a turma da Rocinha talvez tenha o prazer de conhecê-lo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Acabei de fazer muito mais do que Lula, "plantei" o átomo fundamental de mais um novo universo!Daqui a alguns bilhões de anos podem me cobrar se ele não apareceu, aí o PAC1 estará sendo concluído.

Anônimo disse...

A pedra lascada inaugura obras?

Anônimo disse...

De tanto criticarem o Maluf pela mesma prática acabaram por aprender.

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