Entenda melhor a posição do DEM sobre os benefícios singulares ao grupo Wal Mart

A nota a seguir demonstra de que modo os próprios empresários gaúchos encaram o DEM do RS, emasculado de maneira irremediável depois que nele ingressou o vice-governador Paulo Feijó, justamente um empresário que foi para a chapa de Yeda com o objetivo de representá-los. "É o DEM do RS, sempre contra tudo e contra todos", reclamou o presidente da Federação de CDLs. Ele não é o único líder empresarial que pensa deste modo. O sr. Koch, presidente da FCDL, referia-se à falta de acordo de líderes na Assembléia, exclusivamente de um deles, o do DEM, no caso o deputado Paulo Borges, para votar o projeto do governo que prevê o fim de benefícios fiscais extraordinários que favorecem os supermercados do grupo Wal Mart, prejudicando todas as demais redes.

. O editor lembra que os benefícios fiscais extraordinários que favorecem o grupo Wal Mart foram concedidos quando era dono dos supermercados Econômico, o atual vice Paulo Feijó, um dos principais líderes do DEM no RS. Feijó e sua família venderam a suas redes para o português Sonae que por sua vez vendeu para o americano WalMart e os prédios onde se localizam muitos supermercados Nacional são da família e sobre eles os Feijó conseguem rendimentos calculados sobre o total das vendas de cada casa. Foi para impedir a continuação desses benefícios que o deputado Paulo Borges negou acordo.

.Da parte do governo não houve atraso. O projeto de lei só foi protocolado depois da reunião nacional do Confaz, quinta e sexta da semana passada em Gramado, que tudo o que decide tem que ser por unanimidade. Como estão rompidos os governos de Rondonia e São Paulo, o de Rondônia não deu "acordo" e tudo continuou entravado, o que impediu a decisão no âmbito do Confaz e por isto impôs-se o projeto gaúcho.

Por mais um ano.
Denise Nunes, Correio do Povo, sábado.

O Walmart pode ganhar mais um ano do benefício fiscal exclusivo que lhe garante créditos na substituição tributária. Embora o governo estadual tenha enviado projeto de lei, pelo qual o benefício cessaria em 1 de janeiro de 2010, tudo indica que não haverá tempo para que seja votado antes do recesso da Assembleia. Um grupo de empresários do setor de comércio tentou um acordo de lideranças, impedido pelo deputado Paulo Borges, do Dem. Ele voltou atrás na manhã de ontem, mas não a tempo de permitir as 48 horas regimentais antes da votação. A ideia era colocar o projeto em pauta na terça-feira. Indignado, o presidente da FCDL, Vítor Augusto Koch, fez uma crítica política. "É o Dem no Rio Grande do Sul, sempre contra tudo e contra todos. Ele conseguiu prejudicar todo o comércio e tirar receita dos cofres públicos por mais um ano inteiro", reclamou ontem. Para o incentivo cessar em 2010, é preciso que o projeto seja aprovado ainda este ano. O líder do governo na Assembleia, deputado Pedro Westphalen, ligou ao final da tarde de ontem para o presidente da FCDL, garantindo que tentará reverter a situação. A intenção é convencer os deputados a prolongar os trabalhos por mais um dia, o que permitiria a votação do projeto na quarta-feira. Para ajudar no processo de convencimento, seria colocado em pauta outro tema importante. Vitor Koch revela ceticismo em relação à possibilidade de espichar o calendário de votação dos deputados, com uma sessão extraordinária na quarta-feira, mesmo que acompanhada de outra pauta. "Estou extremamente insatisfeito com essa situação", declarou. Revoltado com o Dem, o dirigente esquece, porém, um ponto: por que o governo demorou tanto para enviar o projeto?