Artigo - Aécio ou o suicídio impossível

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Sábado, 19 de dezembro
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Aécio ou suicídio impossível
- Coluna Carlos Brickmann
Coluna de domingo, 20 de dezembro
Aécio Neves quer ser presidente da República - pode ser agora, pode ser mais tarde. José Serra quer ser presidente da República - e é agora ou nunca. Este é o cenário da renúncia de Aécio à candidatura: ele tem tempo. E, por abrir o espaço para Serra, espera obter mais vantagens políticas no futuro do que obteria agora. Serra é candidato: aos 65 anos, esta pode ser a última chance de realizar o sonho de sua vida. Pode até trocar a Presidência pela reeleição em São Paulo, mas não na atual situação, em que as pesquisas lhe dão ampla vantagem. Seu trabalho, agora, é buscar novas alianças e transformar Aécio em seu vice.E Aécio? Com a renúncia, colocou-se como a noiva desejada e difícil, em condições de impor seus termos ao candidato e ao partido. Pode exigir, por exemplo, um acordo em que Serra aceite um só mandato, e ele seja o candidato em 2014. Pode exigir o comando do partido, hoje formalmente nas mãos de políticos pouco expressivos e, informalmente, exercido pelo ex-presidente Fernando Henrique. No comando do partido, terá condições de buscar novas alianças, incluindo uma que ainda é possível, com o PMDB, e seu tempo de TV.Para Aécio, é melhor Serra do que qualquer nome do PT. Pois, se o PSDB fica de fora, Aécio pode se preparar para uns 12 anos de exílio político: quatro de quem for eleito, mais oito de Lula, prontinho para tentar o retorno em 2014. Aos 49 anos, Aécio tem tempo para aguentar o mau momento, mesmo que o PT chegue ao poder. O que não tem, nem terá, é paciência para isso.

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