Foi uma surpresa a redução da taxa básica de juros da economia, que caiu de uma só tacada de 13,75% para 12,75%, queda que nem mesmo os operadores mais otimistas do mercado esperavam.
. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, esteve na terça-feira com o presidente Lula e avisou que o Copom promoveria a redução, mas avisou que os bancos estão reticentes e não querem transferir os ganhos para os tomadores. Meirelles reclamou que existe espaço para que a banca reduza o spread (diferença entre os juros que os bancos pagam aos que emprestam e os juros que eles mesmos cobram dos tomadores), mas a verdade é que o próprio governo estimula juros altos ao vender seus títulos públicos, como também Banco do Brasil e Caixa Federal poderiam ir mais fundo e não vão.
. A decisão do Copom foi tomada em função da desaceleração evidente da economia, que demonstra sinais evidentes de menor demanda, já que os indicadores de compras internas e externas demonstram que há recuo dos consumidores, a tal ponto que as indústrias estão sendo obrigadas a reduzir a produção e desempregar. Com isto, o maior fantasma que assombra o Copom, o da inflação, por ora fica fora de cena. O Copom entendeu que juros mais baixos poderão conter a velocidade e a profundidade da desaceleração, porque esta ameaça se transformar em recessão e com isto jogar para baixo a previsão pessimista de 2% de crescimento do PIB para este ano.
- A desaceleração da economia - talvez a recessão - já produziu 675 mil demissões de trabalhadores só em dezembro, quase ametade do que ocorreu nos Estados Unidos em um ano. Isto também significa forte queda de renda. São as piores notícias de todo o governo Lula. O cenário pode ficar pior, jogando por terra os projetos de continuísmo do governo e do PT. Neste caso, Serra navegaria num ambiente econômico, social e político parecido com o que favoreceu Lula e o prejudicou em 2002.
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