Dez meses após o estouro do escândalo de gastos irregulares com cartões corporativos, o governo publicou ontem portaria limitando os saques por usuários ligados à Presidência. As novas regras, no entanto, não se aplicam às secretarias da Igualdade Racial, das Mulheres, da Pesca, de Relações Institucionais, de Comunicação Social, de Assuntos Estratégicos e ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), órgão que tem um dos gastos mais altos com o cartão de crédito federal.
. No ano passado, o governo gastou R$ 75,6 milhões (mais de 77% deste valor, R$ 57 milhões, foi sacado). Até outubro deste ano, as despesas no cartão somaram R$ 39,6 milhões. Desse total, R$ 9,1 milhões estão relacionadas à Presidência ou a órgãos ligados a ela.
. O uso ilegal e abusivo dos cartões por ministros envolveu, no início do ano, o governo Lula em uma crise. A ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) pediu demissão depois de divulgados gastos irregulares. Orlando Silva (Esportes) chegou a pagar uma tapioca em Brasília usando o cartão corporativo.
. O inquérito aberto pela Polícia Federal também não evoluiu. Aguarda posição do STF (Supremo Tribunal Federal), por supostamente envolver Dilma e o ministro Tarso Genro (Justiça), que têm foro privilegiado. A saída do delegado da PF Sérgio Menezes do caso também contribui para atrasar as conclusões. Menezes deixou o comando das investigações para trabalhar em São Paulo.
. A portaria publicada ontem no "Diário Oficial" foi assinada pela secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff e, segundo reportagem da Folha publicada em abril, responsável por ter dado a ordem a funcionários para que confeccionassem o dossiê.
Segundo o texto, os saques ficaram limitados a 10% das despesas anuais nos cartões e só poderão ser feitos para compras em estabelecimentos que não aceitem débito ou crédito.
. As informações acima são do jornal O Estado de S.Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário