Avanço da China viabiliza sociedade de serviços intensivos nas Américas

ARTIGO ESPECIAL

Roque Callage
- O professor Roque Callage Neto é doutor em Ciências Sociais e Relações Americanas.

Li o texto de Pires e ao mesmo tempo o texto de Mônica do Canadá, que está fazendo Political Science por lá. Como se sabe, Political Science, para o anglosaxão, tem um sentido bem diferente do que para o mundo francês e também para o ibérico ( que é nestes últimos o de ciência politica que examina partidos, jogos de interesse, grupos de interesse, maximização de vantagens políticas,entre outros tópicos).
Para eles, Political Science é economia política com jogos e interesses segundo os atores que buscam maximizar interesses economicos diante do Estado, e quais os principais agentes diante de confrontações e cooperações possíveis..Nisto entram também às vezes teorias de classes econômicas.
O texto de Pires é atento e realista (em Relações Internacionais seria chamado de até hiper-realista).Porque aponta para um jogo de competição, conflito, mas também o nivel evolucionário de seleção e variação,onde um nível superior seria o da China renovada, captando os grandes fluxos de comércio industrial desenvolvido e o Extremo Ocidente(podemos chamar assim a todo o hemisfério americano, onde se incluiria a América do Sul), dependente destes fluxos.A América do Sul, por ser tardia, chegaria inclusive com mais desvantagem, já que teria ainda esvaziadas suas possibilidades de aceder por não ser competitiva.
Há um aspecto, entretanto, que deve ser observado: a revolução do conhecimento da quarta dimensão informativa e cognitiva, onde as grandes transferências de atividade manufatureiras estão se dando realmente para o Pacífico.Porque viabilizam nas Américas uma sociedade de serviços intensivos de conhecimento genômico-laboratorial avançado– todo o continente é amplo em terra,recursos hídricos, espécies naturais, para transformação de insumos e novas fronteiras científicas. Isto poderá se dar junto com a revolução educacional que se avizinha.
Não terá nada a ver com o que se conhece por agricultura tradicional, nem pecuária, nem setor primário - que estão em completa modificação.Reorganizará profundamente o modelo de classes sociais advindos da segunda revolução industrial, também a maturação de lucratividade e a predação dos grandes complexos industriais. Também estará asociada ao que início dos anos 1980 se chamava de revolução informacional.Conterá elementos desta ultima, certamente.
A China tem elementos do capitalismo de Manchester de 1840, como muito bem colocam teóricos da escola evolucionária, enquanto redefine suas trocas para avançar até outra dimensão.Mas em um momento onde a manufatura já não representa mais densidade per capita sobre o PIB, isto não significa o ganho de valor em termos globais.Sua associação com Japão em toda a Ásia significaria espetacular reviravolta, mas sempre dentro de prdutos e servios industriais de recursos naturais escassos.
Isto poderá e deverá sim, abrir uma sociedade de capital social internacional multilateral, muito mais equilibrada.


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