"Apagão" do gás ameaça a indústria brasileira

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Jornal Folha de S.Paulo

Um "apagão" na oferta de gás natural na região Sudeste fez vários setores industriais, entre os quais químico, cerâmico, têxtil e de vidro, abandonarem parte dos projetos de investimento. As expansões que dependam de nova oferta de gás natural foram paralisadas. A Comgás, maior distribuidora do país, cancelou todas as negociações para vender mais gás.

A situação é a mesma no Rio de Janeiro. As concessionárias CEG e CEG-Rio, além de não negociarem expansões, discutem a mudança de contrato para combustíveis substitutos, como o GLP (gás liquefeito de petróleo) ou óleo combustível.
A Bayer, por exemplo, negocia um novo contrato que permitirá a substituição de até 50 mil metros cúbicos por dia de gás por óleo combustível.

A Comgás afirma que até 2010 não há como ofertar mais gás para a indústria. Enquanto o governo paulista tenta mensurar o investimento abortado, a Secretaria de Energia, a Fiesp e a Comgás preparam uma estratégia para pressionar a Petrobras a assinar um pré-contrato de oferta de gás. A idéia é que o documento sirva de lastro para negociar uma expansão de oferta à indústria.

Não há garantia de que haja resultado. O problema é o desconhecimento sobre os projetos do Plangás (Plano de Aceleração da Produção de Gás Natural). Lançado em 2006, no calor da crise provocada pela nacionalização promovida pelo presidente boliviano Evo Morales, o plano fixou metas para elevar até 2012 a produção nacional de gás natural. A previsão da Petrobras é alcançar, até o fim deste ano, 45,7 milhões de metros cúbicos.

Para o Sudeste, base do parque industrial brasileiro, a promessa da Petrobras é elevar a produção a 40 milhões de m3/ dia até o fim do ano. Segundo a secretária de Energia de São Paulo, Dilma Pena, não há por enquanto qualquer expectativa de que essa meta seja alcançada. Acompanhamento da Comgás demonstra que dos sete projetos previstos para 2008 nenhum entrou em operação.

Entre eles está a produção em campos de gás não associado (apenas gás sem petróleo) da bacia do Espírito Santo (Camarupim e Canapu). Entre os poços de gás associado (com petróleo) estão Jabuti, as plataformas P-51 e P-53 (Marlim Sul Módulo 2 e Marlim Leste, respectivamente) e o campo de Lagosta, este da bacia de Santos, que produzirá com o declinante campo de Merluza.

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