Saiba mais sobre o novo calote da Argentina

O calote é manchete nos jornais argentinos de hoje, Ao lado, capa do influente La Nación.



O FMI acha que o novo calote argentino poderá oferecer desdobramentos no caso de outras dívidas soberanas, criando enormes dificuldades e desencadeando até mesmo nova crise financeira internacional. O calote também afeta gravemente as relações comerciais e financeiras entre Brasil e Argentina. Se o governo Kirschner resolvesse pagar o total decidido pela Justiça dos EUA, outros credores da renegociação já feita poderiam pedir o mesmo, levando imediatamente algo como US$ 18 bi dos US$ 28 bi das atuais reservas do País. "Um suicídio para nós", disse Kirschner. 

O jornal Folha de S. Paulo de hoje informa que antes do anúncio na noite desta quarta-feira do governo argentino de que não vai pagar parte da sua dívida, o governo brasileiro esperava que a Argentina conseguisse reverter a decisão da Justiça americana, que determinou ao país vizinho o pagamento de US$ 1,3 bilhão ao fundo de investimento NML referente a credores que não aceitaram a reestruturação de sua dívida.

. Leia a reportagem:

O calote se deve, segundo o governo, à regra que impede que a Argentina efetue no próximo dia 30 de junho o pagamento dos juros dos títulos da dívida em cumprimento aos seus credores reestruturados a menos que, simultaneamente, pague a totalidade do valor reclamado pelos fundos "abutres". Fundos "abutres" é como o governo chama o grupo de investidores que comprou papéis da dívida, após o país ter dado calote, em 2001.

. Segundo o comunicado, o governo quer pagar os detentores de títulos que foram reformulados em 2005 e 2010 -quando o país chegou a um acordo com cerca de 92% do seus credores, após o calote do início da década passada.

. Antes do anúncio, na tarde de quarta, a proposta do governo de Cristina Kirchner de uma nova troca de títulos da dívida pública da Argentina, para que ficasse sob a lei do país sul-americano, foi rechaçada por um juiz federal de Nova York.