FHC critica autismo do Brasil diante das atrocidades que ocorrem na Venezuela

O artigo a seguir não tratra unicamente da Venezuela. É que FHC faz uma análise fria sobre as escolhas erradas feitas pelos governos do PT, optando por protagonistas sem importância no cenário internacional e abrindo mão das alianças que realmente importam. A seguir, trechos pinçados pelo editor. Ao final, o artigo completo.

Comecemos do princípio. Acho que houve um erro estratégico desde o governo Lula na avaliação das forças que predominariam no mundo e da posição do Brasil na ordem internacional que se transformava. Não me refiro ao que eu gostaria que ocorresse, mas às tendências que objetivamente se foram configurando. Nossa diplomacia guiou-se pela convicção de que um novo mundo estava nascendo e levou o presidente, em sua natural busca de protagonismo, a ser o arauto dos novos tempos. A convicção implícita era a de que pós-Muro de Berlim, depois de breve período de quase hegemonia dos Estados Unidos, pregada pelos seus teóricos do neoconservadorismo, e da coorte de equívocos da política externa daquele país (invasão do Iraque, do Afeganistão, isolamento da Rússia, apoio acrítico a Israel em sua política de assentamentos de colonos etc.) e dos desastres provocados por estas atitudes, assistiríamos a uma correção de rumos.

De fato, houve essa correção de rumos, mas a direção esperada pela cúpula da diplomacia brasileira e por setores políticos sob influência de alas antiamericanas do PT era a do “declínio do Ocidente”, com a perda relativa do protagonismo americano e a emergência das forças novas: a China (o que ocorreu), o mundo árabe, em especial os países petroleiros, a África e, naturalmente, a América Latina, como parte deste “terceiro mundo” renascido. 

(...) 

Enquanto isso, o Brasil faz reuniões com países árabes, que não deixam de ter sua importância, propõe negociações sobre o Irã em coordenação com a Turquia (imagine-se se os turcos fariam o mesmo, propondo-se a ajudar o Brasil para resolver o litígio das papeleiras entre Uruguai e Argentina...), abre embaixadas nas mais remotas ilhas para, com o voto de países sem peso na mesa das negociações, chegar ao Conselho de Segurança. Por outro lado, compor­ta-se­ timidamente quando a Petrobras é expropriada pela Bolívia, interfere contra o sentimento popular em Honduras, se abstém de entrar em bolas divididas, como no conflito argentino-uru­guaio, além de calar diante de manifestações antidemocráticas quando elas ocorrem nos países de influência “bolivariana”.

Noutros termos: escolhemos parceiros errados, embora, em si mesma a relação Sul/Sul seja desejável, e menosprezamos os atores que estão saindo da crise como principais condutores da agenda global, exceção parcial feita à China (neste caso, não há menosprezo, mas falta de estratégia


Ainda agora, na crise da Venezuela, é incrível a timidez de nosso governo em fazer o que deve: não digo apoiar este ou aquele lado em que o país rachou, mas pelo menos agir como pacificador, restabelecendo o diálogo entre as partes, salvaguardando os direitos humanos e a cidadania. O Mercosul, desabridamente se põe do lado do governo de Maduro. O Brasil, timidamente, se encolhe enquanto o partido da presidente apoia o governo venezuelano, sem qualquer ressalva às mortes, aprisionamento de oposicionistas e cortinas de fumaça que querem fazer crer que o perigo vem de fora e não das péssimas condições em que vive o povo venezuelano.

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24 comentários:

Anônimo disse...

FHC não é aquele mesmo que ajudou Hugo Chávez, então aspirante a tiranete na Venezuela, a derrubar o presidente de então?

Almirante Kirk

Anônimo disse...

Caro Políbio: A situação em que se encontra aquela porção da população brasileira que o jornalista Augusto Nunes houve por bem denominar de "o Brasil que presta", explica olhar-se FHC com esperança, como se houvesse chegado a oposição que falta. Na verdade, FHC anda, ele próprio, com aquilo que de pior vagueia pelo mundo: Jimmy Carter, que entregou a AL para os comunistas e o Irã aos aiatolás, George Soros, seu mentor no esforço pela produção de mortos-vivos através da liberação do consumo de drogas -upgrade terrificante do profético Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Naquele, o Estado distribuía o SOMA, uma espécie de antidepressivo,no Estado de FHC, o tratamento dos viciados -, só para citar alguns. Convém lembrar, sempre, que o empolado orador foi nosso Kerensky, abrindo caminho para nossos bolcheviques. Farofeiros, é certo, mas sempre bolcheviques, a saber, rapinantes e sanguinários. Não esqueçamos, nunca, que foi por obra exclusivamente sua que o petismo não foi defenestrado do poder quando da descoberta do Mensalão.
Sua perplexidade, para quem acompanha a cena, mesmo superficialmente, não passa de jogo de cena: homem vivido, estudado, de formação marxista, sabe que a amoralidade e a criminalidade política são imanentes às ideologias socialistas, mormente àquelas de cepa marxista: o barbudo furunculoso, na senda de Darwin, teria descoberto as leis que governam o curso da História. Como corolário, resultam os bons, aqueles que seguem a corrente, e os reacionários, irrecuperáveis a quem não deve sequer oferecer a Lei, fadados a desaparecer - no que os partisans, para apressar a tal marcha da História, ficam felizes em dar uma mãozinha... Os lamentos desse senhor não têm eco em seu íntimo. Não passam do velho truque da esquerda de dividir-se por cissiparidade, como as amebas. Diferentemente daqueles protozoários, contudo, uma das partes resultantes leva embora consigo todo o lixo, todo o sangue, todas as ruínas. A outra sai limpinha e nova em folha, pronta para produzir nova safra de lixo, sangue e ruínas. Com nada de ingênuo, mas com a Utopia a embalar sua verve de Wille Zur Mächt nietszcheana (vontade de potência), e sabendo que os dias de Nicolás Maduro estão contados, trata de preservar a maldita ideologia de si própria, isolando o pobre motorista caraquenho de ônibus, jogando-o no inferno socialista em que fritam aqueles "que deturparam os princípios em que se baseia a 'humanitária doutrina'". Lá terá diversificada companhia: Stálin, Bukharin, o casal Ceausescu, Trotsky e tantos outros.
Peço notar que, em momento algum o idoso mostra algum juízo e amor à humanidade, condenando o socialismo, causa direta da condenação do povo venezuelano às eternas miséria e desesperança, de resto a experiência dos cubanos há quase 60 anos. De forma sinuosa e debilmente, reclama das consequências de sua aplicação, reclamando de outrem a compaixão que não possui.

Anônimo disse...

Políbio,

Eu lembro do autismo do FHC quando, em 2005, não permitiu que a oposição desse um "impeachment" no Lulla, seu amigão, pois na sua opinião o Lulla estava para morrer sozinho!!

Agora joga a culpa na "sociedade", da qual EU faço parte e NUNCA votei no PT. HIPÓCRITA!!!!

JulioK

Anônimo disse...

FHC quer ser o guru de todos os golpes

Miguel do Rosário

“Chegou a hora de corrigir o rumo. Que a crise venezuelana nos desperte da letargia.”

A frase não foi dita por nenhum golpista de Caracas, após sacar uns dólares no guichê do consulado americano. Quem a pronunciou, em artigo publicado nos principais jornais do país, foi Fernando Henrique Cardoso, nosso ex-presidente.

Em seu estilo altamente engordurado, FHC não faz outra coisa senão dizer que o Brasil deveria se aproximar mais dos EUA e assumir posições antibolivarianas, sobretudo na Venezuela.

É uma posição ideologicamente ultra-conservadora. E burra economicamente, porque a Venezuela tem sido, nos últimos anos, nosso melhor parceiro comercial, o que paga mais caro pelos produtos brasileiros. Não porque os venezuelanos gostem de pagar caro, mas é que os importadores do país preferem comprar no Brasil aqueles produtos que outrora só se comprava na Europa e EUA.

Diz FHC:

O Brasil, timidamente, se encolhe enquanto o partido da presidente apoia o governo venezuelano, sem qualquer ressalva às mortes, aprisionamento de oposicionistas e cortinas de fumaça que querem fazer crer que o perigo vem de fora e não das péssimas condições em que vive o povo venezuelano.

Ora, FHC poderia muito bem se distanciar do golpismo doentio da máfia midiática do continente. Poderia falar dos problemas atuais, fazer críticas políticas à Maduro, mas deveria, se fosse honesto, admitir que o chavismo zerou o analfabetismo na Venezuela e melhorou profundamente a vida das camadas mais pobres do país. Não, ele prefere chancelar a mentira.

O seu artigo é uma prova de que a volta do PSDB ao poder constituiria um elemento de perigosa instabilidade para o continente, porque insuflaria confiança ao golpismo de oposição em todos os países latino-americanos.

FHC manda um recado até para Honduras, sempre apoiando o golpe: “[o Brasil] interfere contra o sentimento popular em Honduras (…)”

Os governos Lula/Dilma têm sido, até então, um dos principais anteparos contra os golpes de Estado, antes tão comuns, em nosso continente. E mesmo assim, eles aconteceram: em Honduras e Paraguai, por exemplo, vimos a estreia de um novo tipo de golpe, disfarçado de legalidade.

Em Honduras, a suprema corte, presidida por algum joaquim barbosa, aliada aos barões da mídia, não apenas destitutiu sumariamente o presidente, sem direito à defesa, como mandou o exército prendê-lo em sua casa, de madrugada, e ainda o expulsou do país. Para FHC, no entanto, isso foi fruto do “sentimento popular”, mesmo que a maioria das manifestações populares nas ruas fossem em favor de Manuel Zelaya.

E agora FHC apoia o golpe contra a Venezuela.

A qualidade dos tucanos é que eles são previsíveis. Onde houver golpe patrocinado pelos EUA, eles darão suporte.

Mais uma vez, as eleições presidenciais no Brasil definirão não apenas a nossa soberania, mas de todo o continente. Uma vitória do partido de FHC seria automaticamente entendida como autorização para todo o tipo de atentado contra governos eleitos democraticamente. Supremas cortes, mídia, consulados americanos, partidos de direita, todos os núcleos golpistas, corruptos e corruptores sentiriam-se estimulados a tomar o poder sem passar pelo crivo do povo.

Anônimo disse...

Não defendam essa corja de petralhs comunistas. Qdo a crise é em países aliados da mesma ideologia comunista, o PT, além de defender o companheiro, ainda ataca o povo por estar lutando por dias melhores. Assim foi em Honduras e no Paraguai. Agora a Coisa vem dizer que não podemos dizer prô governo venezuelano, como devem agir.

Anônimo disse...

Não defendam essa corja de petralhs comunistas. Qdo a crise é em países aliados da mesma ideologia comunista, o PT, além de defender o companheiro, ainda ataca o povo por estar lutando por dias melhores. Assim foi em Honduras e no Paraguai. Agora a Coisa vem dizer que não podemos dizer prô governo venezuelano, como devem agir.

Anônimo disse...

O anônimo das 10:46 foi perfeito ! FHC e Lulla são faces da mesma moeda, nunca vi o FHC criticar o socialismo, pois ele deve ser marxista, até por suas origens de formação acadêmica.
Desse aí não espero nada muito melhor do que do PT !

Anônimo disse...

Olha a assessoria de imprensa petralha sujando o blog do políbio com pura desinformação.

Anônimo disse...

Este velho babão está com Alzheimer ele vivia puxando saco do Hugo Chaves. Façam uma consulta no google digite: "fernando henrique cardoso hugo chaves" e selecione imagens, tá o FHG e o Hugo.

Derrotada nas urnas há 15 anos, sem intervalos, a oposição venezuelana fez diversas tentativas de impedir a consolidação de Hugo Chávez no poder. Deu um golpe de Estado de 72 horas, no início de 2002. Apesar do apoio incondicional da Embaixada americana, que usou sua influencia para pedir o reconhecimento imediato do novo governo, o repúdio internacional – inclusive do governo Fernando Henrique Cardoso – levou à restauração democrática e permitiu o retorno de Chávez ao poder.

Já foi o tempo que as pessoas não tinha memória.

Anônimo disse...

FHC ,TAL QUAL "CAMALEÃO"

CULPA DELE,FHC, OS PETRALHAS SE CRIARAM E DESTRUIRAM O QUE TINHAMOS DE INSTITUIÇÕES NECESSARIAS A UM PAIS CIVILIZADO

O BRASIL É HOJE UM BANDO SEM PRINCÍPIOS
SEM VERGONHA E SEM ÉTICA,UMA VERGONHA DA HUMANIDADE,O PETRALHISMO SE ESTABELECEU COMO M CANCER.
DÃO OS PIORES EXEMPLOS

Anônimo disse...

Anônimo, às 10:46, PARABÉNS pelo seu oportuno, pertinente e ajuizado comentário! Subscrevo, ipsis litteris, o teor do seu lúcido e esclarecedor texto!

Se me der a permissão, gostaria de divulgá-lo nas redes sociais!

Um fraterno abraço!

Almirante Kirk

Anônimo disse...

Não existe candidato que de diz de direita e ganhe as eleições.

Ser de direita é aquele que manda vagabundo trabalhar e paga escola pra pobre quando este tem real interesse em estudar.

Anônimo disse...

Sem palavras. Já foi dito tudo nos comentários do dia 02/02/14 das 10:46 hs e 11:13 hs.

Anônimo disse...

Sr Polibio Braga

Registro,com muita alegria,os parabéns ao almirante Kirk,JulioK e missivista das 10,46,sinal que o Brasil ainda respira.
O Brasil é terra da jabuticaba,e de ESTADISTA COVARDE,só tem no Brasil
O COVARDE ESTADISTA,NÃO DEFENDEU A SUA ESPOSA,DNA RUTH CARDOZO,DO ATAQUE DAS RATAZANAS E DEFENDEU O REI DAS RATAZANAS QUANDO FOI CHAMADO DE "BARBA",DEDO DURO DA DITADURA.
Partido Só De Bundões
Parabéns aos companheiros comentaristas,o Brasil ainda respira e não se deixa enganar por um boçal de punhos de renda,um COVARDE.
Saudações

Unknown disse...

FHC, congecido tambem como PAI do filho do RICARDAO, nao e aqle mesmo que APOIAVA o Goc Democratico do FUJIMORI?

Joviano Caiado disse...

Caro Políbio, o PT não está interessado em diplomacia, rumo certo, liderança política. Seu interesse é fazer parceiros-coiteiros que possam acolher seguidores em caso de alguma desdita, algum infortúnio... essa intenção é clara. Eles agem na política externa com a mesma atitude que mostram internamente... espalham "bolsa-parceria" pelos países do terceiro mundo, vide Africa, Venezuela, América Central/Caribe...

Anônimo disse...

Almirante Kirk: Permissão concedida! Anônimo da 10h46

Anônimo disse...

Algumas lembranças de FHC:
1)"Freio de mão" no Mensalão;
2)Viagem com a Presidente, Lula, Sarney e Collor para os atos fúnebres de Mandela;
3)Aposentados vagabundos;
4)A que não deve ser esquecida: ESQUEÇAM O QUE ESCREVI.
Claro que para tudo vieram "esclarecimentos e negativas" posteriores. Acho que o Aécio deveria propor a extinção de Presidente Honorário de seu partido -- é certo que perderá votos em função da sigla FHC.
E, parabéns ao anônimo das 10h46min. Excelente reflexão.

Anônimo disse...

Grato, caríssimo "Anônimo, às 21:32!

Almirante Kirk

Anônimo disse...

Grato, caríssimo "Anônimo", às 17:41! Você é muito gentil!

Almirante Kirk

Anônimo disse...

Falar ou escrever sobre o sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) nos remete ao CEBRAP ( além de livros, na internet há textos sobre o deletério grupo, nicho marxista/socialista/comunista encastelado na USP), onde a víbora tucana adquiriu musculatura e desenvoltura para, entre outras coisas deletérias, ensaiar seus primeiros passos na seara político-partidária!


"De todas as religiões, seculares ou não," o estudioso R. J. Rummel posiciona o marxismo como "de longe o mais sangrento - mais sangrento do que qualquer alegado evento 'religioso' e a Guerra dos Trinta Anos entre católicos e protestantes. Na prática, o marxismo significa terrorismo sanguinário, expurgos mortais, campos de prisioneiros letais e trabalhos forçados assassinos, deportações fatais, fomes provocadas pelo homem, execuções extrajudiciais e julgamentos fraudulentos, assassinato em massa absoluta e genocídio." Ele escreve que, na prática, os marxistas viram a construção de sua utopia como "uma guerra contra a pobreza, a exploração, o imperialismo e a desigualdade - e, como em uma verdadeira guerra, não combatentes seriam pegos na batalha. Haveria baixas inimigas necessárias: o clero, burguesia, capitalistas, "sabotadores", os intelectuais, os contrarrevolucionários, os direitistas, os tiranos, os ricos e os proprietários. Como numa guerra, milhões poderiam morrer, mas essas mortes seriam justificadas até o final, como na derrota de Hitler em II Guerra Mundial. Para os marxistas dominantes, a meta de uma utopia comunista era suficiente para justificar todas as mortes.

Fonte: http://books.google.com/?id=g26NmNNWK1QC&pg=PA168&dq


Almirante Kirk

Anônimo disse...

Uma coisa temos certeza, Carlos Sgarbi, FHC não tem a "MARLI" de amante. Né carlinhos?

Anônimo disse...

Só uma frase mentirosa do anônimo das 10:46 bota agua abaixo toda empolação que escreveu. Fernando Henrique Cardoso de "formação marxista" isto é de rir muito. Fernando Henrique Cardoso é membro de uma família de classe média-alta (família Cardoso). A família de FHC sempre foi de tradição militar ele é filho do falecido General de Brigada Leonidas Cardoso. A família toda sempre foi de origem militar.
E mais ele não foi exilado, ele auto exilou-se.

http://www.ahimtb.org.br/fhc.htm

Anônimo disse...

"Anônimo", às 18:54, não conheço nenhum comunista pobre, miserável!
Os comunistas estão nas altas rodas, porque endinheirados; estão nas forças armadas também! Passou da hora de pararem de ACHAR que esquerdista não gosta e não almeja $$$!

Você está de gozação, né?

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