Saiba como Stela Farias mistificou no seu direito de resposta

Na quinta-feira da semana passada, a deputada Stela Farias, do PT, ex-prefeita de Alvorada, RS, conseguiu espaço para um direito de resposta junto à direção do jornal O Sul, publicado incontinenti na coluna assinada pelo editor.

. A deputada tentou se explicar diante das seguidas notas disponibilizadas sobre o processo de improbidade administrativa a que responde no Foro de Alvorada. O Ministério Público quer que ela devolva os R$ 3 milhões que aplicou no falido Banco Santos. O dinheiro é dos servidores aposentados. A ação está na fase dos memoriais. O MPE, nas suas razões finais, pediu suplementarmente a cassação dos direitos políticos de Stela Farias.

. Ela já está com sua casa, seu carro e sua conta bancária indisponíveis há bastante tempo.

. Esta nota sai pela seguinte razão:

- A deputada do PT tentou justificar a aplicação temerária do dinheiro que é dos servidores aposentados, alegando que Banrisul e Corsan fizeram o mesmo. Rábulas chamam isto de invocar os erros alheios para justificar os próprios erros.

. Nos últimos sete dias, o editor reconstituiu essa história e constatou que a sra. Stela Farias, como no caso da CPI do PT, trocou propositadamente os nomes dos atores, misturou dados e sonegou dados relevantes, sempre com o objetivo de confudir a opinião pública. É uma técnica conhecida. Na Vila Nazaré isto se chama jogar no ventilador.

. Eis as pequenas mentiras e omissões no direito de resposta:

1) Não foi o Banrisul, mas dois Fundos de Investimentos administrados pelo Banrisul que fizeram as aplicações (R$ 6 milhões no total).

2) Não foi a Corsan, mas a Fundação de Previdência da Corsan que fez a aplicação. Além disto, como no caso dos Fundos do Banrisul, a aplicação de R$ 3 milhões correspondeu a apenas 0,75% do total do patrimônio líquido da Fundação, na época calculado em R$ 396 milhões.

. Isto nem é o mais importante, porque a deputada do PT alegaria que “dá tudo no mesmo”. O que é mais importante:

1) Stela Farias aplicou R$ 3 milhões de um Fundo de Previdência que tinha um patrimônio de R$ 12 milhões, portanto arriscou 25% do bolo total. Até no Haiti, tamanha concentração daria cadeia para o administrador irresponsável.

2) Os Fundos de Investimentos administrados pelo Banrisul possuíam patrimônio de R$ 3 bilhões, o que quer dizer que os CDBs comprados corresponderam a 0,2% do bolo total, sem considerar que este é o business core do banco. O próprio banco protegeu os quotistas, que nada perderam.

3) No caso da Fundação Corsan, foram aplicados R$ 3 milhões sobre patrimônio líquido de R$ 396 milhões, portanto uma fatia insignificante de 0,75%, mas ainda assim houve sequelas para os dirigentes, coisa que não ocorreu até agora com Stela Farias.


. Os administradores da Fundação Corsan foram punidos com a perda dos cargos em meados de 2007.

. Da mesma forma que na CPI do PT, a deputada Stela Farias mais se enreda à medida que tenta explicar e justificar o que não tem explicação e nem justitiva.

4 comentários:

N67 disse...

Políbio, o que essa gente do PT não gosta em ti e outros jornalistas como o Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, é a independêcia que vcs possuem. Não se dobram ao poder político ou econômico do momento. Siga assim independente informando teus leitores de tudo o que acontece, a verdadeira democracia brasileira precisa de pessoas como vcs. Veja em que se tornou a RBS(Rosane de Oliveira, A.Carlos Macedo, Lauro Quadros e, toda a equipe com raríssimas exceções(Paulo Santana, por exemplo).

JVS9999 disse...

A CVM e A SUSEPE tem normas severás sobre concentrações de investimentos. Limites por ativo, por volume, por patrimonio total, além de outros limitadores.

A base é num fundo independente, o máximo possivel é de 10% do patrimonio do fundo, qualquer coisa acima disso esta em atuação desenquadrada e o administrador do fundo será chamado a reduzir a posição ou sofrerá punições.


Levando em conta o periodo da aplicação, inicio e possivel final, pode piorar a questão da concentração.
Então nada justifica o que foi feito.

Algumas novas perguntas apra o editor, assim poderá determinar mais alguns pontos importantes da operação:

Tens o estatuto do Fundo Previdenciario em questão?
Neste estatuto tem todas as regras, permissões, determinações e politicas de investimentos do fundo?
Qual foi a epoca da aplicação?
Quanto tempo antes da quebra do Banco Santos ocorreu a aplicação?
Qual foi o real ativo do investimento?
Qual o cargo que ela ocupava na Fundo Previdenciario?
Ela assumiu o ônus da aplicação sozinha ou foi uma decisão colegiada?
Havia um juridico nesta reunião do colegiado?
Havia um diretor de gestão de patrimonio nesta reunião do colegiado?
Havia um administrador nesta reunião do colegiado?

Com essas respostas o editor poderá ter novas conclusões dos fatos ocorridos.

JVS9999 disse...

Mentir, enganar e confundir, tentar comprar e aniquilar.
Cinco fases de uma história.

Maria Fernanda disse...

E esta mesma pessoinha indicia outras. Ou pior, quando ela mesma não tem poder de indiciar, sugere aos outros. Mas, justiça seja feita, ao que parece ela ficará bem longe da política por um bom tempo. E o PT continua cada vez mais sujando a sua imagem.

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